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    Inteligência da PCDF ajuda RJ com IA para identificar criminosos

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    Após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, a Inteligência da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) auxilia a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ). O coordenador de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho, disse, em entrevista ao Metrópoles, que a corporação da capital do país ajuda, por exemplo, no reconhecimento facial de criminosos com uso de inteligência artificial (IA).

    “Essa colaboração já existe desde o dia em que foi deflagrada essa operação. A gente tem um contato muito estreito com a inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A gente faz, por exemplo, o reconhecimento facial de indivíduos que estão na investigação, ou vivos ou mortos, e que eles não detectaram. A gente tem um reconhecimento facial muito bom aqui na Policia Civil do Distrito Federal, com inteligência artificial”, contou.

    A partir dessa integração entre as forças de segurança, foi possível identificar um faccionado do Comando Vermelho (CV) que morou em Sobradinho II, no DF. Ele está entre os 117 criminosos mortos no confronto. Erick Vieira de Paiva, 21 anos, tinha extenso histórico criminal na capital do país e havia fugido para o Rio, após romper a tornozeleira eletrônica que usava por determinação judicial.

    “Inclusive, no final de semana, nós atuamos em apoio à Polícia Civil do Rio de Janeiro para identificar o indivíduo do Distrito Federal que estava usando tornozeleira eletrônica, rompeu essa tornozeleira e fugiu para o Rio de Janeiro e acabou falecendo durante a operação. Esse indivíduo era aqui no Distrito Federal, cometeu diversos crimes aqui e foi se esconder lá nas favelas cariocas”, contou Coelho.

    7 imagensDelegado-geral adjunto da PCDF, Saulo LopesMetrópoles entrevista chefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho, e delegado-geral adjunto, Saulo LopesChefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio CoelhoChefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio CoelhoDelegado-geral adjunto da PCDF, Saulo LopesFechar modal.1 de 7

    Chefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho

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    Delegado-geral adjunto da PCDF, Saulo Lopes

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    Chefe de Inteligência da PCDF, delegado Maurílio Coelho, e delegado-geral adjunto, Saulo Lopes

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    Na entrevista, o chefe de Inteligência da PCDF informou que o investimento da corporação em inteligência foi de R$ 15 milhões nos últimos cinco anos. As aquisições atendem todas as áreas da polícia e auxilia órgãos para impedir a entrada de faccionados na estrutura do poder público.

    “Não é um investimento que é para específico para a divisão de inteligência, mas é um investimento que serve para toda a polícia, porque o nosso papel lá é apoiar todas as unidades da Polícia Civil do Distrito Federal. E nessa temática, em especial, o Decor, que faz um trabalho sensacional de combate às facções criminosas, e também os outros estados, como a gente apoia sempre que é acionado, como o Rio de Janeiro e os demais entes federativos”, enfatizou Coelho.

    Veja trecho da entrevista:

    O chefe de Inteligência disse que a corporação faz interlocução com órgãos como o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e a Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) para que integrantes de facções criminosas não façam contratos com o governo ou trabalhem nas administrações regionais.

    Referência

    A PCDF é referência para outros estados com o monitoramento que o Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) faz de criminosos desde o “batismo” em facções, segundo o coordenador de Inteligência.

    “O indivíduo, a partir do momento que ele é batizado (e esse batismo é o ritual de ingresso na facção), passa a ser monitorado e ele passa a incidir numa figura típica criminosa da lei de organizações criminosas. Então, ele passou a integrar a organização criminosa, quase que automaticamente vai ser alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal por meio do Decor”, detalhou Coelho.

    “A gente não espera que esse indivíduo trafique drogas, cometa homicídios ou atue no ganho financeiro da facção. Antes mesmo de ele ter essa atuação, simplesmente por ter sido batizado, ele vai ser alvo de uma operação”, disse o delegado.

    Também na entrevista ao Metrópoles, o delegado-geral adjunto da PCDF, Saulo Lopes, destacou que o custeio da inteligência da corporação é alto porque inclui ferramentas de ponta que, junto aos policiais, transformam a PCDF em modelo para o país no combate ao crime.