A busca por viagens com propósito, silêncio e contato com natureza virou febre entre os millennials e a gen Z, que passam a enxergar o turismo como ferramenta de saúde mental. A tendência acompanha o aumento global do consumo de bem-estar. Segundo levantamento da consultoria McKinsey, esse mercado já movimenta cerca de US$ 2 trilhões no mundo, e jovens dessas duas gerações concentram aproximadamente 41% do consumo.
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Dentro desse movimento, cresce a procura por experiências que favoreçam descanso mental, desconexão e presença. Em entrevista à coluna Claudia Meireles, a psicóloga Silvia Oliveira explica que esse comportamento é consequência direta da hiperconexão e da sobrecarga cognitiva.



A psicóloga reflete que a necessidade de se desligar virtualmente é um dos motivos para a busca de viagens de reconexão
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Conhecer novos lugares oferece sensações positivas para o corpo e à mente
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A geração Z e os Millenials estão entre os que mais consomem o mercado de bem-estar
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Viajar ajuda a reduzir o estresse
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“As novas gerações lidam com estímulos constantes, excesso de informação, múltiplas demandas simultâneas e comparação social permanente. Isso aumenta o nível basal de ansiedade e reduz a capacidade de descanso real”, afirma.
Entenda porque a busca por viagens em meio à natureza cresce entre os jovens
Segundo Silvia Oliveira, a viagem passou a funcionar como ferramenta concreta de autorregulação emocional. “Quando o jovem se afasta do ambiente que alimenta pressão e alerta permanente, ele consegue reduzir ativação fisiológica e reorganizar o estado mental. Destinos ligados à natureza, silêncio e ritmo mais lento favorecem sensação de presença e recuperação cognitiva”, avalia a psicóloga.
Do ponto de vista do mercado, a mudança já impacta o turismo. O especialista em viagens Rafael Machado afirma que essa tendência tem alterado não apenas o destino, mas o formato da experiência oferecida.
“Essas gerações não querem mais pacotes prontos, querem personalização e poder escolher o ritmo que dará para a viagem. Experiências como retiros de silêncio, hospedagens imersivas, trilhas guiadas, ecoturismo e vivências comunitárias têm ganhado força”, garante Rafael Machado.

Segundo dados do levantamento McKinsey, mais da metade dos consumidores que buscam serviços presenciais de bem-estar viajam longas distâncias apenas para esse propósito. No Brasil, regiões como Chapada dos Veadeiros, sul de Minas, Jalapão, litoral do Espírito Santo e áreas de ecoturismo no Nordeste se destacam como uma solução para a demanda.
Rafael acredita que o país tem terreno fértil para se consolidar nessa tendência. “Somos um país com grandes reservas naturais, diversidade de biomas, capacidade de hospitalidade alta e oferta crescente de operadores independentes. Se o setor souber ler essa demanda a médio prazo, o Brasil pode se tornar destino referencial da América Latina para esse tipo de viagem”, projeta.
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