O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confidenciou durante uma palestra em Buenos Aires na última semana que está difícil encontrar consensos diante da polarização e da interferência de outros poderes no Legislativo.
A recente discussão sobre equiparar facções criminosas ao terrorismo foi uma rara exceção no atual cenário político.
O governo apresentou argumentos consistentes para justificar sua oposição à medida, explicando que a classificação abriria brecha para a intervenção de outros países no Brasil, além de representar um limitador para investimentos externos em cidades com presença desses grupos armados.
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A imprensa cumpriu seu papel ao destacar diferentes pontos de vista, e o Congresso conseguiu debater e chegar a um consenso.
Sempre haverá a bancada extremista (de lado a lado) e o período eleitoral alimentando as disputas ideológicas, mas, apesar do grupo da lacração, o debate fluiu.
Desta vez, quem colocou a bola no chão foi Hugo Motta, ao afirmar que não se faria politicagem com o tema da segurança pública. O deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator do projeto antiterrorismo recuou — e o consenso se fez. Como deve ser a política. Ganham todos.
