O líder militar do Sudão, general Abdel Fattah al-Burhan, rejeitou uma proposta de cessar-fogo com o grupo paramilitar Forças de Suporte Rápido (RSF), mediada pelos Estados Unidos. A informação foi divulgada em um vídeo publicado nesse domingo (23/11).
Para o presidente do Conselho Militar de Transição no Sudão, o plano costurado por EUA, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Egito é inaceitável.
“Esse plano elimina as forças armadas, dissolve as agências de segurança e mantém as milícias onde estão”, declarou al-Burhan. “É muito ruim [a proposta] e não aceitamos”.
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A rejeição do chefe das Forças Armadas Sudanesas (FAS) surge após as RSF — grupo que tenta derrubar o atual governo — aceitar a trégua no início do mês.
Classificada como a maior crise humanitária no mundo, o Sudão está em guerra desde 2023, após um desentendimento entre os generais Abdel Fattah al-Burhan e Mohamed Hamdan Dagalo, comandantes respectivos das FAS e RSF. Os dois foram responsáveis por um golpe militar de 2021, que interrompeu o processo de transição democrática no país iniciado em 2019.
Segundo estimativas, os combates entre as FAS e RSF já deixaram mais de 150 mil civis mortos no Sudão, enquanto quase 13 milhões foram forçados a abandonar suas casas.
Neste mês, o grupo rebelde RSF avançou sobre a cidade de Al-Fashir, na região de Darfur do Norte. O local era um dos últimos redutos controlados por forças estatais sudaneses na parte ocidental do país, e servia como centro de refúgio e ponto para entrega de ajuda humanitária.
