Líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ) reagiu às declarações do presidente da Casa, Hugo Motta, que afirmou que o governo Lula precisa explicar por que votou contra o projeto Antifacção. A proposta, aprovada na terça-feira (18/11), foi enviada pelo Executivo e teve como relator o deputado Guilherme Derrite (PP), escolhido por Motta.
Em entrevista à coluna nesta quarta-feira (19/11), Lindbergh disse que “quem tem que se explicar é o presidente da Câmara, Hugo Motta”. O parlamentar afirmou que Motta “conseguiu fazer uma lambança num tema que é muito importante, o combate às facções criminosas”.
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Segundo o líder do PT, o problema começou com a escolha do relator. “Primeiro pela escolha do relator. Veja bem, é um projeto de autoria do Poder Executivo. A gente não estava exigindo que fosse um relator do PT. Mas tinha que colocar alguém neutro ali, que tivesse um diálogo”, afirmou. Ele citou que o texto passou por “seis meses de estudos, de diálogos conduzidos pelo ministro [da Justiça] Lewandowski”.
Lindbergh criticou ainda a indicação de Derrite: “Aí ele [Motta] escolhe o Derrite, que a gente sabe que é contra a política de segurança do governo, sempre se posicionou contra a PEC da Segurança Pública porque os governadores dizem ferir a autonomia dos Estados. Não tem nada disso, o que a PEC fala é de integração das polícias. Mas fala de uma Polícia Federal forte.”
O deputado disse ter alertado Motta sobre o impacto da relatoria. “O que o Derrite faz de cara? E é isso que eu falo ao presidente, Hugo Motta, que foi uma lambança… ele tira o poder da Polícia Federal.”
Para Lindbergh, o movimento altera o espírito da proposta original. “Eles tentam construir um novo pacto federativo”, afirmou.
