O presidente Lula orientou seus ministros a vigiarem o texto do PL Antifacção que o deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) levará à votação na Câmara, nos próximos dias.
A recomendação foi feita pelo petista em reunião com ao menos nove ministros no Palácio do Planalto, na manhã da quinta-feira (13/11), quando o projeto foi amplamente discutido.



Presidente Lula
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Ao Metrópoles, ministra falou sobre relação com o Congresso e eleições
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O deputado Guilherme Derrite
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Hugo Motta, presidente da Câmara
Segundo ministros ouvidos pela coluna, Lula pediu que o texto de Derrite, relator do projeto, seja acompanhado com lupa para evitar aprovação de qualquer tipo de blindagem.
No governo, há uma desconfiança com a rapidez com que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou a proposta, apesar dos apelos até da direita para adiar a votação.
A orientação do Planalto aos ministros é para que atuem junto aos parlamentares aliados para retomar o máximo que puderem do texto original do projeto enviado pelo governo.
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A avaliação feita na reunião é de que a proposta do governo é “boa”, mas que teria sido “desvirtuada” de maneira “improvisada e apressada” para “impedir investigações”.
Para governo, Derrite desagradou governo e oposição
Ainda no encontro no Planalto, Lula e os ministros avaliaram que, com as idas e vindas no texto, Derrite acabou desagradando governo e oposição ao mesmo tempo.
Ao longo da semana, o relator apresentou quatro versões diferentes de seu parecer. A última delas foi protocolada na noite da quarta-feira (12/11), horas antes de a votação ser adiada.
O presidente da Câmara prometeu colocar o projeto em votação no plenário na terça-feira (18/11). O governo, porém, está cético quanto às chances de a proposta ser votada na próxima semana.
Além de ministros (veja a lista abaixo), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também participou da reunião. A corporação é uma das principais interessadas no PL Antifacção.
Que ministros participaram da reunião:
- Rui Costa (Casa Civil);
- Ricardo Lewandowski (Justiça);
- Fernando Haddad (Fazenda);
- Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais);
- Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome);
- Geraldo Alckmin (vice-presidente e titular do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços);
- Camilo Santana (Educação);
- Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional);
- Renan Filho (Transportes).



