A Prefeitura de Mongaguá, no litoral de São Paulo, está aplicando uma multa diária de R$ 3.702 à Sabesp desde segunda-feira (17/11), após constatar o lançamento de esgoto sem tratamento no mar. A situação causa mau odor nas águas das praias, o que tem enfurecido moradores e turistas.



Reprodução/Prefeitura de Mongaguá
Reprodução/Prefeitura de Mongaguá
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De acordo com a administração municipal, o problema foi identificado após uma mancha preta e de forte odor aparecer nas águas do mar na região do Vera Cruz. Além disso, um relatório de balneabilidade da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) classificou, nesta semana, todas as praias da cidade como impróprias para banho.
O incidente acontece às vésperas do feriado prolongado do Dia da Consciência Negra, em que a cidade estima receber milhares de turistas. O secretário do Meio Ambiente, Alexandre Barril Dalla Pria, afirma que “nunca reprovaram todas as praias de uma só vez” e que não há como não relacionar a culpa à Sabesp.
“A notícia é péssima para a reputação de Mongaguá. Além da multa, estamos acionando a Cetesb para auxiliar a Prefeitura na resolução desse problema o quanto antes. É uma agressão ao meio ambiente e um baque em nosso principal cartão-postal. Não é justo com a nossa cidade, não é justo com a nossa população e com os turistas”, afirma o secretário.
Ainda segundo ele, o valor da multa deverá ser aumentado, pois se trata também de grande descarte de resíduos nas águas. A penalidade imposta pela prefeitura vale até que o problema seja esclarecido pela Sabesp.
Moradores lamentam situação
Após a prefeitura anunciar oficialmente a multa nas redes sociais, moradores aproveitaram para comentar a situação das praias da cidade. Por meio dos comentários, uma internauta lamentou o descaso com a natureza.
“Quanta judiação da nossa natureza, nosso oceano! Que triste”, escreveu.
Um morador de Mongaguá também utilizou das redes para criticar o valor da punição e denunciar a gravidade do problema. “Aumentem o valor dessa multa, esse valor não faz nem diferença para eles. É um absurdo esse crime ambiental, poluindo toda água do mar”.
O que diz a Sabesp
Procurada pelo Metrópoles, a Sabesp informou que recebeu nesta quarta-feira (19/11) representantes da Cetesb e da Secretaria do Meio Ambiente de Mongaguá para inspeções na estação de tratamento de esgoto da companhia. Conforme o comunicado, a vistoria indicou que a operação está correta e não foi identificado nenhum ponto de lançamento inadequado que responsabilize a empresa pelo ocorrido.
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A corporação afirma ainda que as redes da Sabesp também funcionam de maneira adequada, com o envio do esgoto para a estação de tratamento. Diálogos são mantidos com as prefeituras da Baixada Santista e esclarecimentos prestados à administração municipal de Mongaguá sobre a situação ocorrida na segunda-feira (17/11) em decorrência das fortes chuvas.
“O escoamento da água de chuva ocorre pelo sistema de drenagem, que deve ser totalmente separado das redes de coleta de esgoto da Sabesp. A gestão desse sistema, entre sarjetas, bocas-de-lobo, canais e galerias pluviais que deságuam no mar, é atribuição municipal”, concluiu em nota.


