O álbum D, lançado em 1987, é um marco por ser o primeiro registro ao vivo dos Paralamas do Sucesso, capturando a apresentação da banda no prestigiado Festival de Montreux, na Suíça, em 4 de julho daquele ano. Apesar de ser um disco atualmente fora de catálogo e muitas vezes ofuscado por outros álbuns ao vivo mais vendidos, como Vamo Batê Lata, D é um documento urgente e fundamental para entender a trajetória do trio.
A banda foi convidada para a famosa “noite brasileira” do evento devido à crescente importância que haviam adquirido no cenário musical, impulsionada pelo sucesso de seu terceiro álbum de estúdio, Selvagem? (1986). Esse convite marcou a primeira viagem dos Paralamas à Europa e sua estreia internacional, servindo como uma consagração após cruzarem o Brasil de ponta a ponta e incorporarem as influências da música negra africana e jamaicana ao seu rock.
A gravação de D — que não foi concebido para encerrar um ciclo artístico, mas sim para apontar novas possibilidades — mostra a banda em plena forma. O álbum traz versões possantes de clássicos do repertório até então, como “Meu Erro,” “Ska” e “Óculos”, ao lado de faixas da nova fase de crítica social e influências caribenhas, como “Alagados” e “A Novidade”. Em “Alagados,” por exemplo, a banda faz uma citação magistral de “De Frente Pro Crime”, de João Bosco e Aldir Blanc.
Leia também
- 
Como Os Paralamas do Sucesso se tornaram a voz de uma geração
 - 
Os Paralamas do Sucesso e a ponte inédita que uniu a América Latina
 - 
Paralamas e Dado Villa-Lobos: uma amizade que atravessa o tempo
 - 
Herbert Vianna e a reinvenção dos Paralamas do Sucesso
 
Para a apresentação na Suíça, Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone contaram com convidados especiais: o tecladista João Fera, que se tornaria um parceiro de longa data do trio, e o saxofonista George Israel, do Kid Abelha. Além de apresentar clássicos, a banda ousou ao registrar pela primeira vez no álbum a canção “Será Que Vai Chover”. Outro destaque do registro é a performance de “Selvagem”, que aparece com “Polícia”, dos Titãs, mostrando a conexão e a força daquela geração do rock nacional.
Apesar do sucesso de vendas alcançado por registros posteriores, como Vamo Batê Lata, D é um testemunho de quando a banda se transformou de um grupo sob a clara influência do new wave e do The Police para um power trio que abria os braços para as vertentes africanas, pisando em terrenos nativos (como o samba) sem perder de vista o reggae e o ska. Foi o momento em que os Paralamas se tornaram inequivocamente uma força internacional e brasileira.
O público de Brasília terá a chance de ver a energia e a química que definem o trio no Festival Estilo Brasil. O evento tem o oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio dos cartões BB Visa, Banco do Brasil e Governo Federal. A realização é do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.
Programação:
Tim Bernardes
8 de novembro
Paralamas do Sucesso & Dado Villa Lobos
Turnê: Celebrando 40 anos de Clássicos
21 de novembro
Festival Estilo Brasil
Local: Ulysses Centro de Convenções
Ingressos: Bilheteria Digital
