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Marcolinha e Fuminho: CPI do Crime quer ouvir líderes do PCC

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Marcolinha e Fuminho: CPI do Crime quer ouvir líderes do PCC

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) apresentou uma série de requerimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado. Entre eles, estão pedidos de convocação para ouvir Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, e Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, ambos apontados como lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Marcolinha, irmão mais novo de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, é conhecido por atuar como interlocutor com a facção Comando Vermelho (CV) e também como conselheiro de Marcola. Embora tenha cumprido sua pena de 33 anos e 11 meses, ele segue preso na Penitenciária Federal de Brasília por ainda ser um membro influente dentro do PCC.

Ele começou a cumprir pena em novembro de 1990, o que foi interrompido por duas fugas — entre dezembro de 1993 e julho de 1998, e entre janeiro de 2001 e março de 2006. Apesar dessas interrupções, a Justiça considerou a pena integralmente cumprida em 16 de dezembro de 2024. Ele está no sistema penitenciário federal desde fevereiro de 2019.

Fuminho também é um dos braços direitos de Marcola e foi preso em abril de 2020, em Moçambique, depois de 21 anos como foragido. Investigações também o apontam como tendo ligações com a ‘Ndrangheta, a máfia da Calábria, na Itália, e controlava parte do esquema para escoar cocaína para a Europa a partir do Porto de Santos, no litoral paulista.

A CPI do Crime Organizado

Os pedidos apresentados por do Val ainda não foram apreciados pelos membros da CPI. Ou seja, mesmo com a apresentação do requerimento, há a possibilidade de que os membros barrem as convocações.

Outros pedidos do senador que aguardam avaliação dos parlamentares são requerimentos para ouvir outros supostos envolvidos com o crime como Júlio César Guedes de Moraes, conhecido como Julinho Carambola, apontado como braço direito de Marcola.

O senador também pretende chamar para depoimento Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco, tido como um dos principais responsáveis por uma rede de de fraudes fiscais e contábeis que movimentaram bilhões de reais. O esquema está sob investigação na operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto deste ano para apurar lavagem de dinheiro envolvendo o setor de combustíveis.

Até agora, a comissão destinada à investigação do crime organizado possui 37 requerimentos –alguns deles já apreciados, como os de convite a governadores e ministros.

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O número é consideravelmente menor do que os atingidos pela CPMI que apura os descontos indevidos de aposentados e pensionistas do INSS, que já em seu primeiro dia possuía centenas de requerimentos de convocação e quebras de sigilo.

O relator da CPI do Crime Organizado será o senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Em seu plano de trabalho, ele defende que a comissão fará um  “rigoroso diagnóstico da situação atual da criminalidade organizada no Brasil, da infraestrutura e arcabouço legal disponíveis para o combate ao crime e das experiências exitosas dentro e fora do país na prevenção e repressão à ação das organizações criminosas”.

No documento, ele define os principais focos dos trabalhos , quais sejam: ocupação territorial, lavagem de dinheiro -inclusive por meio de fintechs e criptomoedas -, sistema prisional, corrupção ativa e passiva, rotas utilizadas para o transporte de mercadorias, necessidade de integração de órgãos de segurança.

Para ele, os primeiros requerimentos a serem aprovados pelos parlamentares devem ser aqueles que contribuam com a “elucidação dos fatos, especialmente com a convocação de autoridades que detenham conhecimentos profundos sobre o assunto”.

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