Uma megaoperação contra o tráfico interestadual no país colocou as polícias do Paraná nas ruas na manhã desta sexta-feira (28/11).
A operação conjunta da Polícia Civil (PCPR) e da Polícia Militar (PMPR) cumpre 109 ordens judiciais contra uma organização criminosa que movimentou, por pelo menos dois anos, cerca de 1,5 tonelada de drogas por mês, abastecendo principalmente o estado de São Paulo.
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Ao todo, são 42 mandados de prisão, 54 de busca e apreensão, além de bloqueios judiciais de contas bancárias, imóveis e veículos ligados ao esquema.
A ação ocorre simultaneamente no Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
Helicópteros, cães farejadores, equipes especializadas e apoio da Polícia Penal do Paraná participam da ação, que mira a total desarticulação da estrutura logística e financeira do grupo.
Drogas apreendidas pela Polícia Civil
Drogas em malas e rotas interestaduais
As investigações, iniciadas há cerca de dois anos, revelaram um esquema extremamente lucrativo: de 100 a 150 quilos de drogas saíam diariamente do Paraná rumo a Campinas (SP), onde o grupo abastecia revendas e distribuidores da região metropolitana.
A cocaína, maconha e skunk eram embalados em malas e mochilas, que seguiam principalmente em ônibus intermunicipais sob o comando de “mulas” do tráfico.
Maringá, Loanda e Campinas funcionavam como pontos pricipais. No Paraná, lojas de veículos e tabacarias serviam para “lavar” grandes quantias de dinheiro, disfarçando os lucros obtidos com a movimentação milionária da quadrilha.
Prisão de liderança no Paraguai e ações anteriores
Durante o avanço das investigações, nove pessoas já haviam sido presas, incluindo um dos principais líderes do grupo, localizado no Paraguai em ação conjunta com a Polícia Federal e autoridades paraguaias.
Também foram desencadeadas prisões em dezembro de 2023, quando policiais localizaram um centro de distribuição em Maringá com toneladas de drogas, malas, embalagens e balanças de precisão.
Outros flagrantes ocorreram em rodovias do estado, dois em Bandeirantes e um em Cambará.
Integração policial
Segundo o delegado Leandro Roque Munin, a facção operava com divisão rígida de tarefas, forte estrutura logística e alto nível de infiltração comercial.
“Estamos falando de uma organização que movimentava uma tonelada e meia por mês e tinha faturamento milionário. A desarticulação só foi possível pela união de esforços entre as forças policiais”, afirmou.
Já o tenente-coronel Cristian Nogueira destacou que a integração entre PCPR e PMPR foi “determinante para atingir os principais responsáveis pelo esquema”.
“As forças de segurança do Paraná atuam de maneira integrada e permanente para desmontar estruturas criminosas que tentam se enraizar no estado. Esse trabalho conjunto, técnico e baseado em inteligência, garante respostas rápidas e eficientes, protegendo a população e enfraquecendo organizações que operam com alto poder de articulação”, afirma o secretário da Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira.
