O cabeleireiro José Roberto Silveira, de 59 anos, foi encontrado morto com os punhos e as pernas amarradas dentro de casa, na manhã desse sábado (22/11), no Alto de Pinheiros, bairro nobre de São Paulo.
Segundo o boletim de ocorrência, o corpo de vítima foi encontrado pelo sócio e a prima dele. A vítima estava de barriga para cima, no chão, à esquerda da cama e próximo da parede. Além dos punhos e das pernas amarradas, Silveira estava amordaçado por uma toalha de rosto presa com um fio branco semelhante ao de um carregador.
O corpo também tinha hematomas nos braços, ombros e na região do nariz. No braço esquerdo, havia um ferimento compatível com marca de mordida.
O registro policial também aponta que os travesseiros da cama onde o corpo foi encontrado estavam com manchas que aparentavam ser de sangue. Ao lado da cama, havia uma jarra de uma bebida que parecia ser alcoólica e no banheiro havia uma faca de cozinha apoiada sobre uma toalha na pia. Não havia sinais visíveis de sangue no material.
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Durante uma vistoria na região, as autoridades policiais constataram que havia câmeras de segurança na entrada do sobrado onde o cabeleireiro foi encontrado, no estabelecimento de frente à residência e em um autoelétrico no começo da rua. Os equipamentos flagraram a vítima saindo de casa por volta de 1h39 de sábado, ocasião em que dirigia um veículo recém-alugado.
O boletim de ocorrência apontou que, por volta das 2h13, o cabeleireiro voltou para casa com dois homens não identificados no carro. Às 5h53, as imagens flagram os dois indivíduos abrindo o portão frontal da residência e saindo a pé, caminhando pela rua.
Depoimentos
A prima da vítima, uma das primeiras pessoas a encontrar o corpo do cabeleireiro, contou à polícia que foi criada pela mãe de Silveira, hoje com 98 anos, e que mora junto com o homem nos andares superiores do sobrado — a vítima usava o térreo como um salão de beleza.
A testemunha contou que, por volta das 13h, recebeu uma ligação da idosa informando que o seu filho havia saído muito cedo pela manhã e que ainda não havia retornado, fato que deixou a depoente “aflita”. Com essa informação, a mulher foi para a casa da tia em um carro de aplicativo. Ao chegar ao local, viu o portão da garagem fechado e, pelo fato de a tia não ter as chaves, precisou pedir auxílio de funcionários do estabelecimento da frente para abrir o portão.
Ao entrar no imóvel, a mulher encontrou o sócio e amigo do cabeleireiro, que teve a entrada liberada por outro acesso pela mesma idosa. A mulher e o sócio da vítima esquentavam a comida para o almoço da senhora quando o homem foi até o andar de cima ver se Silveira estava no quarto dele, momento em que encontrou a vítima morta.
O sócio contou à polícia que foi ao local para cuidar da mãe da vítima, a idosa de 98 anos, que é uma pessoa conhecida da vizinhança e que, por conta da elevada idade, precisa de alguns auxílios. Ele foi ao endereço da senhora após o filho não retornar contato e nem receber as mensagens que lhe foram enviadas.
Ele relatou às autoridades que, ao encontrar o corpo sem vida, desceu para contar à prima e à mãe da vítima e acionou a Polícia Militar (PM).
Na residência também mora um outro rapaz, que alugava um dos quartos do sobrado. Ele contou à polícia que é amigo de Silveira há cerca de sete anos e que estava morando no imóvel com a vítima há dois dias.
Vítima terminou relacionamento recentemente
O homem também revelou às autoridades que, por volta das 2h de sábado, o cabeleireiro bateu em sua porta pedindo uma seda e uma toalha, o que causou estranheza, visto que a vítima não era usuária de drogas. O vizinho de quarto voltou a dormir e, por volta das 10h, levantou e foi tomar banho no banheiro próximo ao local onde o corpo foi encontrado. Entretanto, o homem alega não ter visto o cadáver visto que não acendeu a luz e o corpo estava do lado contrário da cama.
A testemunha ainda contou que o cabeleireiro havia terminado um relacionamento recentemente e, desde então, começou a sair com diferentes homens em encontros marcados através de aplicativos de namoro.
Segundo a polícia, José Roberto Silveira inclusive foi indiciado por ameaça e lesão corporal em um boletim de ocorrência feito pelo ex-companheiro e um de ameaça realizado pelo atual namorado do ex.
Investigação
- O caso é investigado como homicídio pelo 14° Distrito Policial de Pinheiros, que solicitou apoio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
- As autoridades reuniram as imagens de segurança das câmeras citadas anteriormente e buscam identificar os dois rapazes flagrados saindo do imóvel no final da madrugada de sábado. Exames periciais também foram solicitados.
- A locadora responsável pelo carro alugado recentemente pela vítima disponibilizou um relatório de geolocalização do veículo no período entendido entre a saída do cabeleireiro e a sua volta para o imóvel.
