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    Moraes cita tática militar para justificar possível fuga de Bolsonaro

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    A decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF) que decretou, neste sábado (22/11), a prisão preventiva de Jair Bolsonaro retoma elementos já apurados sobre a tentativa de golpe de Estado para fundamentar o risco de fuga atribuído ao ex-presidente.

    O ministro menciona a tática militar RAFE-LAFE, identificada pela Polícia Federal como parte do plano estruturado pelo núcleo da trama golpista para assegurar a evasão caso a ofensiva fracassasse.

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    No documento, Moraes sustenta que “a organização criminosa elaborou um plano, utilizando técnicas militares com objetivo de garantir a fuga de Jair Bolsonaro caso a tentativa de golpe de Estado fosse frustrada. Tal plano, conforme a doutrina militar, possuía a nomenclatura de RAFE-LAFE”.

    Segundo as investigações, a tática se baseava em princípios da doutrina militar que preveem duas frentes: uma equipe encarregada de criar condições para a retirada do alvo e outra responsável por recebê-lo em local seguro. Esse mecanismo, descrito em relatórios da PF, reaparece agora na decisão como evidência de que já havia estrutura preparada para viabilizar a fuga de Bolsonaro.

    Moraes também cita episódios recentes que, na avaliação do ministro, reforçam a possibilidade de evasão. Entre eles, a proximidade da casa do ex-presidente com o Setor de Embaixadas Sul. “O condomínio do réu está localizado a cerca de 13 km do Setor de Embaixadas Sul, distância que pode ser percorrida em cerca de 15 minutos de carro”, afirma.

    O ministro argumenta ainda que “o réu, conforme apurado nestes autos, planejou a fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político”.

    Em outro trecho, Moraes aponta a “possibilidade de tentativa de fuga para alguma das embaixadas próximas à residência do réu”, o que, segundo ele, evidencia o elevado risco de evasão.