A Secretaria Municipal de Saúde do Novo Gama (GO), no Entorno do Distrito Federal, informou que que abriu uma investigação sobre a morte do pequeno Theo Henrique Schimidt (foto em destaque), de 1 ano,
O bebê deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h do Lago Azul, em 15 de novembro, com constipação. Ele foi medicado, recebeu alta, mas morreu poucas horas depois.
Em nota, a pasta disse manifestar “profundo pesar pelo falecimento da criança” e que se solidariza com a família neste momento de dor. “Esclarecemos que todas as informações relacionadas ao atendimento já estão sendo apuradas para dirimir com precisão os fatos ocorridos”, afirmou.
A secretaria se colocou à disposição para “colaborar integralmente com os órgãos competentes e adotar todas as medidas necessárias para que a investigação seja conduzida com rigor, transparência e responsabilidade”.
De acordo com a nota, até a conclusão das apurações, “não é possível antecipar qualquer juízo sobre eventuais responsabilidades, pois a prioridade é garantir que a análise seja técnica, imparcial e baseada em evidências”.
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Entenda
Theo Henrique morreu por choque séptico e obstrução intestinal, pouco tempo depois após receber alta na UPA do Novo Gama. O diagnóstico foi constipação.
“Meu filho começou a ficar amarelo. Vi que a mão dele começou a ficar bem gelada. Botei a mão no pé, o pé ficou bem gelado. Eu falei: ‘Meu filho parece que está morrendo”, disse Aurielerson Schimidt, pai da criança.
Ao Metrópoles ele disse que Theo começou a sentir cólica abdominal na madrugada de sexta-feira (14/11) e passou a madrugada inteira chorando. Na manhã de sábado (15/11), a família decidiu levá-lo à UPA por considerar a situação atípica.
Aurielerson contou que Theo foi atendido por volta das 8h17 com constipação, choro e fezes endurecidas havia aproximadamente cinco horas. Ele afirmou que o filho foi medicado com Buscopan, mas que a médica não realizou nenhum exame inicial, solicitando apenas um raio-x em seguida.
Depois do exame, a médica afirmou que o Theo estava com o intestino preso e receitou óleo mineral, lactulose e simeticona. Depois, deu alta para a criança.
O pai afirmou ter questionado a médica sobre a gravidade dos sintomas. Ela teria respondido: “Eu sou médica, eu sei o que estou falando”, e acrescentado que não seria necessário retornar ao hospital caso a criança chorasse.
O boletim médico registra que Theo foi liberado às 9h30, após reavaliação médica que indicava melhora da dor. Ele estaria calmo e estável.
Piora do quadro
Em casa, porém, o quadro se agravou. Aurielerson relatou que o filho começou a suar muito e voltou a sentir dores intensas.
“Ele continuou a sentir dor, só que a dor veio multiplicada. Uma dor que estava variando. Ele não estava mais tendo o controle do corpo dele e começou a rolar para lá e para cá”, disse.
O pai comentou que o menino começou a babar e a entrar em convulsão. Foi quando a família decidiu voltar à UPA. No caminho, Theo começou a perder os sinais vitais.
Ao chegar à unidade, segundo o pai, a médica que havia atendido Theo pela manhã não quis atendê-lo e deixou o hospital. Theo retornou oficialmente à unidade às 13h12, já em parada cardiorrespiratória, inconsciente, sem pulso central e sem movimentos respiratórios.
Negligência
A família foi atendida por outra médica, que afirmou que a primeira profissional havia cometido um “erro muito grave” e que a criança “não estava bem”. Ela acrescentou que o menino deveria ter feito uma cirurgia ou lavagem intestinal.
Foram realizados 45 minutos de reanimação cardiopulmonar, inclusive durante o transporte ao Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
Ao chegar ao HRSM, segundo o pai, Theo já estava morto. Aurielerson afirma que voltou à UPA ainda no sábado e foi informado pela superintendência de que a médica responsável havia sido afastada por negligência.
A ocorrência foi registrada na delegacia do Novo Gama, que investiga o caso como possível omissão de socorro.
