O motociclista que atropelou e matou Valmir Santos Sena (foto em destaque), de 72 anos, disse em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nessa terça-feira (18/11), que fugiu do local do acidente por medo.
A PCDF confirmou que Wevérton Pereira de Mâcedo, 39 anos, cumpre prisão domiciliar com monitoramento de tornozeleira eletrônica por outro crime cometido.
Wevérton foi preso em sua residência na noite dessa segunda-feira (17/11) pela Polícia Militar (PMDF) confessando ter sido o autor do atropelamento fatal. Ele foi liberado no dia seguinte após o depoimento.
O homem confessou não ter se apresentado antes por imaginar se tratar de uma situação em flagrante, e pretendia esperar três dias para ir até a 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia- Setor O) para se apresentar.
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O condutor da moto disse que viu outros veículos parados, mas, quando avistou um carro acelerando, também aumentou a velocidade da moto para 60 km/h por achar que não havia mais ninguém na faixa de pedestres. Valmir estaria em um ponto cego.
Wevérton relatou que, quando acertou em cheio a vítima, vários populares se aproximaram, e isso teria o deixado “atordoado e assustado”. “Temendo pela sua segurança deixou o local de moto”, disse em depoimento.
Sobre não ter prestado socorro à vítima, o motociclista argumentou que perdeu o celular no momento do acidente, e um homem identificado como bombeiro militar já teria acionado o socorro.
Wevérton explicou ter comprado o ágio da moto usada no momento do acidente, mas disse ter devolvido a motocicleta ao antigo dono. O homem se comprometeu a entregar a moto na unidade policial para que fosse apreendida e periciada.
Avô levava brinquedo ao neto
Vítima do atropelamento, Valmir estava voltando da casa de sua irmã quando foi atropelado. Ele levava um brinquedo para o neto. Inclusive, o presente ficou caído na faixa de pedestres.
O corpo de Valmir Santos foi velado na tarde desta quarta-feira (19/11) no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga.
Material cedido ao Metrópoles
Material cedido ao Metrópoles
O homem foi levado em estado grave, com fraturas no crânio e no braço, ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e teve de ser intubado. Ele chegou a ser transferido para o Hospital de Base (HBDF), mas sua morte encefálica foi constatada no mesmo dia.
No domingo (16/11), os órgãos pararam, e Valmir teve a morte confirmada.
De acordo com testemunhas, outros veículos já haviam parado para a passagem do pedestre, na QNO 11/13 do Setor O, quando o motociclista, conduzindo uma Yamaha preta, passou em alta velocidade, atingindo o idoso. Após a colisão, mesmo ferido, o condutor da moto deixou o local sem prestar socorro.
“Ele sempre fazia esse percurso para ir ver minha avó, ele não fez nada de errado e atravessou na faixa”, disse uma sobrinha da vítima, que preferiu não ter o nome divulgado.
Homícidio culposo
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que por se tratar de um acidente de trânsito, o caso é tratado como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, de acordo com o previsto na legislação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
“O suspeito do atropelamento foi ouvido na delegacia, após mais de 48h do ocorrido, acompanhado de seu advogado, sendo liberado logo em seguida, conforme previsão da legislação. Não havia contra ele nenhum mandado de prisão em aberto”, informou a PCDF.
A 24ª DP instaurou devido inquérito policial para apurar todo o caso.
