Conhecidos por aguentar condições extremas, a resistência dos musgos foi colocada à prova mais uma vez: pesquisadores enviaram cápsulas ao espaço com esporos da planta e as expuseram na parte de fora da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). O que mais surpreendeu os cientistas é que a maioria deles sobreviveu após passar nove meses em órbita.
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O estudo liderado por cientistas japoneses utilizou o musgo terrestre rasteiro (Physcomitrium patens) no experimento. Os resultados foram publicados na revista científica iScience nessa quinta-feira (20/11).
“Esperávamos uma taxa de sobrevivência quase nula, mas o resultado foi o oposto: a maioria dos esporos sobreviveu. Ficamos genuinamente surpresos com a extraordinária resistência dessas minúsculas células vegetais”, aponta o coautor do artigo, Tomomichi Fujita, da Universidade de Hokkaido, no Japão, em comunicado.
Para testar a capacidade da planta, os esporos do musgo passaram nove meses fora da Terra. Quando retornaram, 80% deles ainda estavam ativos e germinando. “A maioria dos organismos vivos, incluindo os humanos, não consegue sobreviver nem por um curto período no vácuo do espaço”, diz Fujita.
De acordo com o pesquisador, a sobrevivência fornece boas evidências de que o organismo possui mecanismos sofisticados para suportar as condições espaciais.
Aplicações futuras do musgo
Os atributos de resistência estão muito presentes nas plantas briófitas, como musgos, hepáticas e antóceros. Estima-se que as características as ajudaram a extrair nutrientes de rochas há milhares de anos para criar solos e espalhar vida pela Terra.
Após sobreviver às condições extremas do espaço, os musgos são vistos como potenciais candidatos a fazer parte do processo para tornar outros planetas habitáveis como a Terra.
Experimentos feitos em nosso planeta mostram que a planta consegue suportar radiação ultravioleta (UV), além de resistir a calor e frio extremo, capacidades também provadas no teste realizado no espaço.
“Em última análise, esperamos que este trabalho abra uma nova fronteira para a construção de ecossistemas em ambientes extraterrestres, como a Lua e Marte. Espero que nossa pesquisa com musgos sirva como ponto de partida”, finaliza Fujita.
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