Joanesburgo — O presidente Lula usou parte de seu discurso deste domingo (23/11), no segundo dia da cúpula do G20 na África do Sul, para falar sobre Inteligência Artificial (IA).
O petista afirmou que IA “é um caminho sem volta” e defendeu ser “urgente” que as maiores economias mundiais aprofundem o debate sobre a governança do tema, com a ONU no centro da discussão.
“O grande desafio não é apenas dominar a ferramenta, mas trabalhar para que todos possam utilizá-la de forma segura, protegida e confiável”, afirmou o presidente brasileiro.
Lula alertou que é “fundamental evitar uma nova forma de colonialismo: o digital”. Ele lembrou que 20 anos após as primeiras Cúpulas sobre Sociedade da Informação, 2,6 bilhões de pessoas seguem sem acesso ao mundo digital.
“Em países de renda alta 93% da população tem acesso a internet, enquanto nos países de baixa renda esse percentual é de apenas 27%. Quando poucos controlam os algoritmos, os dados e as infraestruturas atreladas aos processos econômicos, a inovação passa a gerar exclusão. É fundamental evitar uma nova forma de colonialismo: o digital”, disse.
Leia também
-
Na África do Sul, Lula defende “diálogo” sobre direitos reprodutivos
-
Lula soube da prisão de Bolsonaro por telefonema de diretor da PF
-
Dias após crítica a Belém, Lula diz a Merz que irá à Alemanha em abril
-
Enquanto Bolsonaro era preso, Lula mandava recados a Trump no G20
O petista afirmou não haver futuro equitativo para todos “sem assegurar oportunidades de trabalho e proteção ao trabalhador”. Para ele, é preciso atrelar Inteligência Artificial e inclusão social.
“Cada painel solar, cada chip, cada linha de código deve carregar consigo a marca da inclusão social. 40% dos trabalhadores do mundo estão em funções altamente expostas à IA, sob risco de automação ou complementação tecnológica. Devemos criar pontes entre os setores tradicionais e emergentes. A tecnologia deve fortalecer, e não fragilizar os direitos humanos e trabalhistas”, declarou.
Lula fala sobre minerais críticos
Em seu discurso, Lula falou ainda sobre minerais críticos. O petista afirmou que s países com grande concentração de reservas de minerais “não podem ser vistos como meros fornecedores”.
“O que está em jogo não é apenas quem detém esses recursos, mas quem controla o conhecimento e o valor agregado que deles derivam. Falar sobre minerais críticos também é falar sobre soberania. A soberania não é medida pela quantidade de depósitos naturais, mas pela habilidade de transformar recursos através de políticas que tragam benefícios para a população”, disse o mandatário brasileiro.
Lula afirmou que Brasil não será apenas exportador , mas sim “parcerio na cadeia global de valor de minerais críticos”. Ele lembrou que o país criou o Conselho Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos.
