A nova versão do relatório do PL Antifacção, protocolada pelo deputado Guilherme Derrite (PP) nesta terça-feira (18/11), ainda não convenceu o Planalto. Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias afirmou que o texto “não muda muita coisa da versão anterior” e “sequer atende aos pedidos do governo”.
O Planalto avalia que o texto não deve sofrer “grandes mudanças”, já que Lula pretende sancionar a medida ainda neste ano e utilizá-la como uma das bandeiras de sua campanha à reeleição em 2026.
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De acordo com auxiliares da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, permanece o impasse sobre a tentativa de equiparar facções criminosas a organizações terroristas. A pressão para incluir essa classificação tem sido liderada pelo deputado Sóstenes Cavalcante, chefe da bancada do PL na Câmara.
O governo, porém, teme que a equiparação abra brechas jurídicas, amplie o risco de judicialização e alcance outras esferas políticas.
Nos bastidores, integrantes do Planalto admitem dificuldade em construir um consenso com a oposição. A orientação é evitar que o PL Antifacção se converta em foco de desgaste, especialmente diante da ofensiva federal contra organizações criminosas anunciada como prioridade para 2025.
Além das divergências técnicas, o impacto eleitoral também está no radar do governo. A avaliação interna é que a oposição tenta usar o projeto para reforçar a narrativa de que a gestão Lula não teria rigor suficiente no combate a facções — argumento que auxiliares do presidente buscam neutralizar antes de o debate avançar no Congresso.
