No último dia 4 de novembro, uma terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes (STF) embarcou de São Paulo a Brasília no mesmo jatinho que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), o deputado Guilherme Derrite (PP) e outros dois parlamentares. O avião estava a serviço da Câmara dos Deputados — Motta aceitou pedido do magistrado e dos congressistas para compartilhar o voo.
Segundo o relato de um dos presentes, Moraes teria dito a Derrite que o STF barrará um projeto de lei que venha a classificar PCC e CV como organizações terroristas, por ferir a legislação brasileira. Na ocasião, Derrite ainda não havia assumido a relatoria do PL Antifacção, mas já havia se manifestado a favor de classificar PCC e CV como grupos terroristas, em entrevista concedida à coluna em outubro.
O ministro do STF Alexandre de Moraes
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
O deputado Guilherme Derrite PP-SP, relator do PL Antifacção, deixa o plenário da Câmara dos Deputados
KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados
KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
Auxiliares de Hugo Motta procurados pela coluna sustentam que Derrite não sabia que Moraes estaria no voo e vice-versa. E dizem, ainda, que ambos se cumprimentaram, mas não chegaram a conversar durante a viagem, uma vez que teriam sentado distantes um do outro.
Procurado, Derrite negou que tenha tido qualquer interação com Moraes durante o voo. Já o ministro do STF não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
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Antes de chegar ao Supremo, Moraes foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, mesmo cargo ocupado por Derrite no governo Tarcísio de Freitas. O parlamentar se licenciou da função para relatar o projeto na Câmara.
