O vereador de Belo Horizonte (MG) Pedro Rousseff (PT) enviou ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, uma representação em que pede a investigação da viagem realizada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL) a El Salvador.
Segundo o documento, o deslocamento do parlamentar — que esteve em San Salvador, capital do país, entre 11 e 15 de novembro, para participar de um fórum sobre segurança pública e visitar presídios — custou cerca de R$ 100 mil em passagens e diárias pagas pela Câmara dos Deputados.
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Vereador Pedro Rousseff
Daniel Ferreira / Metrópoles
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Deputado Nikolas Ferreira
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Presidente de El Salvador, Nayib Bukele
Alex Peña/Getty Images
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PGR, Paulo Gonet
Andressa Anholete/SCO/STF
O vereador mineiro afirma que a viagem não teve finalidade pública e que os compromissos oficiais no país foram “pouco mais que protocolares”, sem relação com atividades parlamentares. O texto sustenta que a comitiva participou sobretudo de eventos de caráter “ideológico” e encontros políticos com apoiadores do presidente salvadorenho, Nayib Bukele, sem agenda institucional que justificasse o uso de recursos públicos.
O documento também menciona que a estrutura da Câmara teria sido utilizada para produção de conteúdos para redes sociais. Segundo a peça, parlamentares empregaram a viagem para criar vídeos e materiais destinados à divulgação política, custeados com verbas públicas destinadas ao exercício do mandato.
Rousseff cita ainda que a viagem ocorreu dias após a reeleição de Bukele e que as publicações dos integrantes da comitiva evidenciariam alinhamento político e uso do deslocamento para reforçar pautas ideológicas no Brasil, sem relação com atividades legislativas formais.
Rousseff pede que a PGR apure eventual desvio de finalidade no uso de recursos públicos, possível improbidade administrativa e outras responsabilidades decorrentes dos fatos narrados. O vereador solicita ainda a verificação das despesas da viagem e da eventual atuação de assessores custeados com verbas da Câmara.
O parlamentar conclui que a apuração é necessária para esclarecer se houve uso indevido de dinheiro público e para avaliar responsabilidades administrativas ou penais sobre o episódio.
