O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou duramente neste sábado (1º/11), em suas redes sociais, as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, afirmando que a decisão de incluí-lo na Lista de Nacionais Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas (SDN) “não é ingênua, é política”.
Segundo Petro, seu governo tem sido o mais eficaz na história da Colômbia no combate ao narcotráfico. “Apreendemos cocaína mais rápido do que eles conseguem plantar coca”, afirmou.
Ele destacou ainda que as sanções foram motivadas por divergências políticas, e não por supostas conexões com o tráfico.
“Portanto, a decisão de Trump não é ingênua; é política. Me colocaram na lista do OFAC, apesar de eu ter sido o governo mais eficaz no combate ao narcotráfico na história da Colômbia, porque me opus ao genocídio em Gaza, me oponho a mísseis no Caribe e não quero invasões na América Latina”.
Este programa donde Daniel Mejia, profesor de los Andes sin conocer datos, pervierte nuestra política antinarcotraficante,me da la oportunidad de refutarlo y con el a Trump
Veamos sus errores:
1. Dice que aunque viene un crecimiento de cultivos de hoja de coca desde el 2014, se…
— Gustavo Petro (@petrogustavo) November 1, 2025
Mais cedo, o presidente já havia criticado a Organização dos Estados Americanos (OEA) pelo silêncio diante de ações militares dos Estados Unidos no Caribe. Ele questionou por que a entidade interamericana não se reuniu para avaliar “violações sistemáticas de direitos humanos” cometidas pelas forças norte-americanas.
“Se o governo Trump está violando o direito internacional ao atacar pessoas de forma desproporcional e violenta no Caribe, e se já se decidiu que existem ações extrajudiciais como as da ONU, por que a OEA não age?”, questionou Petro, reforçando que a passividade diante dessas ações põe em xeque a legitimidade do sistema interamericano de direitos humanos.
Sanções de Washington a Petro
A tensão entre Bogotá e Washington aumentou no fim de outubro, quando Petro, seu filho Nicolás, o ministro Armando Benedetti e a primeira-dama Verónica Alcocer foram incluídos na lista do OFAC, impedindo transações financeiras com cidadãos e empresas norte-americanas.
É a primeira vez que um chefe de Estado colombiano sofre esse tipo de sanção.
A medida gerou dificuldades operacionais para o governo colombiano. Além do episódio, envolvendo o reabastecimento do avião presidencial, Petro relatou problemas para movimentar recursos financeiros e receber salários, já que bancos bloquearam contas associadas a ele e familiares incluídos na lista.
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O presidente colombiano também reforçou críticas a Trump, a quem responsabiliza diretamente pelas sanções. “O mundo sabe que Trump está me perseguindo porque me opus ao genocídio em Gaza e ao crime no Caribe, não porque eu portava cocaína ou porque tinha parentes ligados ao crime organizado”, declarou.
No cenário regional, as declarações de Petro se somam às críticas recentes do presidente venezuelano Nicolás Maduro aos Estados Unidos, acusado por ele de tentar instalar um governo aliado na Venezuela e explorar as reservas de petróleo do país.
