O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nessa quinta-feira (27/11) o Plano Estratégico da companhia para o período entre 2026 e 2030. A estatal projeta investimentos de US$ 109 bilhões para os próximos cinco anos.
O valor aprovado é 1,8% menor do que o que havia sido apresentado no ano passado. A redução dos investimentos da Petrobras já era esperada pelo mercado, em meio a um cenário de preços mais baixos do petróleo.
Em comunicado divulgado pela Petrobras, a empresa informa que US$ 91 bilhões serão destinados a projetos da Carteira de Implantação e outros US$ 18 bilhões à Carteira em Avaliação.
“Além da maior eficiência na alocação do Capex, estão previstas medidas para otimizar custos, com economia estimada de US$ 12 bilhões nos gastos operacionais gerenciáveis entre 2025 e 2030, o que representa uma redução média anual de 8,5% em relação ao Plano anterior”, afirmou a Petrobras.
Entre as iniciativas que vão em direção à diminuição dos gastos, estão a redução de custos em plataforma sem produção, maior otimização da logística aérea e marítima e das intervenções em poços e inspeções submarinas, além do melhor aproveitamento de frete de retorno e da postergação de serviços não prioritários de rotina e conservação.
“Nossos investimentos somam volume significativo para a economia brasileira, US$ 109 bilhões, que representam 5% dos investimentos totais no país. Nossos projetos têm o potencial de gerar e sustentar 311 mil empregos diretos e indiretos e vamos contribuir com R$ 1,4 trilhão em tributos para municípios, estados e União nos próximos cinco anos”, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
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Distribuição dos investimentos
De acordo com o plano da Petrobras, a companhia deve investir US$ 19,4 bilhões no ano que vem, US$ 21 bilhões em 2027, US$ 20,5 bilhões em 2028, US$ 16,1 bilhões em 2029 e US$ 14,3 bilhões em 2030.
Em 2026, o investimento de caixa deve ser de US$ 16,9 bilhões, com a produção de 2,5 milhões de barris por dia (bpd). A produção deve atingir 2,7 milhões boed em 2028 e ficar em 2,6 milhões boed em 2029 e 2030.
“Para enfrentar os desafios de reposição de reservas, o PN 2026-30 direciona US$ 7,1 bilhões para atividades exploratórias no quinquênio, com destaque para as bacias do Sul e Sudeste, Margem Equatorial e ativos exploratórios em outros países como Colômbia, São Tomé e Príncipe e África do Sul”, informou a companhia
Óleo, gás e transição energética
Segundo a Petrobras, o foco da companhia ainda continua sendo óleo e gás, em uma estratégia de “dupla resiliência”, com baixo custo e baixa emissão, para que a empresa também avance, em paralelo e gradativamente, na transição energética.
De acordo com o projeto da Petrobras, US$ 78 bilhões serão destinados à exploração e à produção. Desse montante, US$ 69,2 bilhões são destinados a projetos da Carteira em Implantação Alvo em E&P, 62% ao pré-sal, 24% aos campos do pós-sal, 10% à exploração e 4% a outros segmentos, como terras, águas rasas e projetos no exterior e de descabornização.
A Petrobras prevê ainda US$ 20 bilhões para iniciativas de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes. Para gás e energias de baixo carbono, serão investidos US$ 9 bilhões.
“Considerando todas as iniciativas de baixo carbono (escopos 1, 2 e 3), o investimento em transição energética alcança US$ 13 bilhões, englobando projetos em Energias de Baixo Carbono, bioprodutos, ações para descarbonização das operações e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) presentes em todos os segmentos. Esse montante representa 12% do investimento Total e 8% do investimento em Implantação”, conclui a Petrobras.
Dividendos
Em um ambiente mais desafiador em relação aos preços do petróleo, a Petrobras também reduziu a remuneração aos seus acionistas para o período entre 2026 e 2030.
Segundo a companhia, os dividendos ordinários ficarão entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões. No plano anterior, a estimativa de até US$ 55 bilhões.
A Petrobras também informou que deixou de prever o pagamento de dividendos extraordinários, que, até então, eram projetados em até US$ 10 bilhões.
Os dividendos são a parcela do lucro líquido que uma empresa distribui aos seus acionistas.
