O Palácio do Planalto tem se mobilizado para construir uma saída considerada “honrosa” para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), após o desgaste provocado pela tramitação do PL Antifacção.
Uma reunião entre o presidente Lula, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o relator Guilherme Derrite (PP) e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil), deve ser agendada para a próxima semana.
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Guilherme Derrite e Hugo Motta
KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
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A ministra Gleisi Hoffmann
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
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Presidente Lula
Reprodução/Gov.br
O objetivo é costurar um entendimento político que preserve a interlocução com Motta e evite um racha entre o Republicanos, partido do chefe da Câmara, e a base governista.
Segundo interlocutores de Gleisi, o governo avalia que a tensão em torno do projeto gerou ruídos na relação com Motta, até então visto como aliado estratégico do Executivo em votações sensíveis. O desconforto cresceu após o deputado escolher Derrite, aliado do governador Tarcísio, como relator da proposta. A opção por Derrite foi antecipada com exclusividade pela coluna em setembro.
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Nos bastidores, a avaliação é que Lula busca “baixar a temperatura” e oferecer a Motta uma alternativa que lhe permita recuar sem perder protagonismo ou demonstrar fraqueza. Uma opção é a reunião com as lideranças governistas para debater o projeto e encontrar alternativas para uma convergência que não prejudique o interesse da população. O Palácio vê no horizonte uma possibilidade de negociar, por exemplo, as emendas em troca de ajustes.
Há alguns destaques que serão descartados, a exemplo do protocolado pelo partido Novo, que muito “desagrada” o presidente e congressistas. A principal preocupação do Planalto é evitar que o episódio contamine a pauta legislativa, sobretudo às vésperas de um ano eleitoral.
