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    Polícia pediu prisão preventiva de filho que matou ex-deputado do PT

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    A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Francisco Frateschi, filho suspeito de matar o pai e ex-deputado estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Paulo Frateschi. O ex-político tinha 75 anos, quando foi morto esfaqueado nessa quinta-feira (6/11), no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo.

    O pedido da autoridade policial já foi encaminhado à Justiça e agora aguardo decisão. Enquanto isso, Francisco continua internado sob escolta da Polícia Militar (PM) na UPA Municipal da Lapa. Ele chegou na unidade de saúde sedado, logo após o crime.

    9 imagensO ex-deputado estadual e ex-presidente estadual do PT em SP Paulo FrateschiPaulo Frateschi foi presidente do PT estadual de SPFrancisco Frateschi, filho do ex-deputado Paulo FrateschiFrancisco Frateschi, filho do ex-deputado Paulo FrateschiFrancisco Frateschi com o pai, o ex-deputado Paulo FrateschiFechar modal.1 de 9

    Frateschi (no meio) com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica (esquerda) e o presidente brasileiro Lula (PT)

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    O ex-deputado estadual e ex-presidente estadual do PT em SP Paulo Frateschi

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    Paulo Frateschi foi presidente do PT estadual de SP

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    Francisco Frateschi, filho do ex-deputado Paulo Frateschi

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    Francisco Frateschi, filho do ex-deputado Paulo Frateschi

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    Francisco Frateschi com o pai, o ex-deputado Paulo Frateschi

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    Francisco Frateschi e a mãe, Yolanda Vianna

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    Francisco Frateschi com o pai, o ex-deputado Paulo Frateschi

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    Francisco Frateschi e a mãe, Yolanda Vianna

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    Até o momento desta publicação, nem Francisco, nem a mãe dele – esposa da vítima – prestaram depoimento à polícia. A matriarca da família também foi atacada pelo suspeito no crime e quebrou o braço. Ela foi encaminhada para a mesma UPA que Francisco.

    Além do pedido de prisão preventiva, o delegado do caso também solicitou à justiça a realização de um exame para atestar as condições mentais de Francisco. O judiciário deverá escolher um profissional nos próximos dias.

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    Como foi o crime

    Segundo a Polícia Militar (PM), agentes foram acionados para atender uma ocorrência em que um homem em surto atacara o próprio pai com golpes de arma branca na Vila Ipojuca, zona oeste da capital. De acordo com o boletim de ocorrência, ele foi atingido no abdômen.

    A mãe do rapaz tentou intervir e sofreu ferimentos. A irmã de Francisco também foi ferida. O ex-deputado entrou em parada cardiorrespiratória, foi socorrido e encaminhado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu.

    Paulo Frateschi, que foi deputado estadual entre 1983 e 1987, também foi presidente estadual do PT em São Paulo. O partido lamentou a morte.

    Quem foi Paulo Frateschi

    • O ex-deputado estadual e ex-presidente do PT em São Paulo, Paulo Frateschi fez parte da fundação do partido e concorreu a cargos eletivos desde o fim da ditadura militar.
    • Nos últimos anos, segundo petistas, Frateschi estava um pouco afastado da política partidária.
    • Na virada do século, Frateschi era presidente do PT paulista.
    • Entre 1983 e 1987, foi deputado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
    • No ano seguinte, em 1988, ele foi candidato a vereador na capital paulista.
    • Durante a gestão de Marta Suplicy (2001-2005), na prefeitura de São Paulo, Frateschi foi secretário de Relações Governamentais, mesma pasta em que também foi titular na gestão do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, em 2014.
    • Paulo Frateschi foi preso e torturado durante a Ditadura Militar em 1969, aos 19 anos, quando era militante da Ação Libertadora Nacional (ALN).
    • Em um relato feito à Agência Pública, ele contou sobre quando foi levado à sala do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos símbolos da tortura no país. “Fleury xingava, falava palavrões. Repetia ‘Porra! Bosta! e cuspia’. Logo pensei: Putz, vai começar tudo de novo [tortura]. De repente, ele olhou fixo pra mim e falou: ‘O merda do juiz mandou te soltar. Se alguém te procurar, você vai voltar aqui e me contar!’”.

    Fundador do PT

    Paulo Frateschi foi um dos signatários da fundação do PT, no Colégio Sion, junto a Lula. Em um podcast, Frateschi detalhou que rodou quase todo o Brasil com Lula em 2018, durante caravanas pelo Brasil. Lula era alvo da operação Lava Jato e acabou sendo preso antes que a caravana rodasse pela região Norte. Durante a passagem por Florianópolis, a caravana foi atacada e Frateschi foi atingido na orelha, que ficou ferida.

    Ele contou ter feito a campanhas petistas do PT em 2020 e 2022 no estado de São Paulo. “Voltei, fiz a campanha de 2020, com os prefeitos, vereadores. E agora ele [Lula] me chamou para fazer um pouco a harmonização da agenda do Haddad e a dele o estado de São Paulo”, disse.

    Ele teve um relacionamento com Beatriz Pardi, que também foi deputada estadual. O filho que esfaqueou Frateschi, porém, é do atual casamento de Paulo com Yolanda Maux Vianna. Atualmente, Frateschi morava em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro.