Representantes de 23 entidades ligadas às polícias Civil, Militar e Penal se reuniram na tarde desta terça-feira (18/11) em frente ao Largo São Francisco, no centro de São Paulo, para protestar contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), e cobrar melhores condições de trabalho para as categorias.
O grupo, coordenado pelo fórum Resiste-PC, acusa a atual gestão de descumprir promessas feitas durante a campanha e o governo. No caso da Civil, a principal demanda é a apresentação da proposta da nova Lei Orgânica para a instituição. Para as entidades ligadas à PM e à Polícia Penal, as principais cobranças estão ligadas a melhores salários.
“Esse aqui é um passo importante na nossa caminhada, até atingirmos nosso resultado. Segurança pública não se faz com discursos, e sim com resultados”, disse o delegado André Santos Pereira, presidente da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo (Adpesp) e coordenador do fórum.
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Policiais protestam por melhores condições de trabalho
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O protesto, previsto desde a semana passada, aconteceu após os representantes das entidades se reunirem na manhã desta terça-feira com o secretário da Segurança em exercício, Osvaldo Nico Gonçalves, o delegado geral, Artur Dian, na sede da SSP. No encontro, foi prometido que, na próxima segunda-feira (24/11), o grupo seria recebido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“A gente espera que tenhamos o reajuste salarial das categorias aqui presentes e uma lei específica para cada instituição que contemple seus pleitos. No caso da Civil, uma nova Lei Orgânica, que contemple tanto o eixo do plano de carreira, da jornada de trabalho, da previdência, das prerrogativas dos policiais civis”, disse André Santos Pereira.
O presidente da Adepesp foi o único a discursar no ato, representando as demais entidades. Segundo o delegado, esse teria sido um pedido da Secretaria da Segurança, para evitar a participação de políticos. A decisão chegou a provocar um bate-boca entre Pereira e os parlamentares Delegado Palumbo (MDB) e Reis (PT), que foram incentivados a subir no palanque por policiais que participavam do ato.
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“Não podemos transformar esse evento em um palanque político do lado A, ou lado B. Aqui é pela Polícia Civil do estado de São Paulo, pela Polícia Militar do estado de São Paulo, pela Polícia Penal do estado de São Paulo”, disse o delegado.
Em conversa com jornalistas após o ato, Palumbo disse que Tarcísio de Freitas está há três anos prometendo e não melhorou as condições de trabalho das polícias do estado.
“Eu espero que o governador cumpra as promessas de campanha. Os melhores salários, cadê? Se vier ano que vem, eu vou bater palma. Todo governo que entra engana a gente”, afirmou.
“Não é porque eu sou de direita que eu vou ficar quieto. Porque a polícia continua sucateada, continua mal paga, continua com problemas de saúde. Policiais militares revezando colete. Você vai no Deic, que deveria ser a elite da Polícia Civil, eles estão andando de blazer velha. Não dá para aceitar mais. São três anos, já. Ninguém aguenta mais lorota furada. O estado mais rico do país não pode pagar os piores salários”, acrescentou o parlamentar.
Integração
Das 23 entidades que aderiram ao protesto desta terça-feira (18/11), 16 são ligadas à Polícia Civil, seis à Polícia Militar e uma à Polícia Penal. A integração entre as categorias é considerada um marco pelos líderes do movimento, que lembram o racha entre as polícias registrado pela gestão Tarcísio e Derrite.
Os representantes das entidades avaliam a conversa com o governador como uma conquista importante, inédita na gestão.
“Essa integração é importante. Ela tem que existir em nível estatal, e agora nós estabelecemos essa integração em nível da representatividade, de quem está no chão de fábrica, na linha de frente. É isso que nós estamos demonstrando aqui hoje, que a integração é possível, é necessária. E a gente vai seguir nessa linha”, afirmou André Santos Pereira.
“Nesses três anos, é a primeira reunião com o governador. Inclusive em 25 anos de serviço nunca vi governador atender categoria”, disse Fábio Jabá, presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sinppenal).
“Vai ser muito importante, de uma vez por todas, saber o que o governador realmente vai dar de amparo para a Segurança Pública. É a pauta principal dele. Toda a segurança pública depende do tratamento que o Estado dá para seus operadores. Nós ficamos fora do reajuste salarial de 2023. Tem a estrutura toda da Polícia Penal que ainda não está pronta. Esperamos que na segunda-feira às 16 horas nós possamos ter algum retorno dessas pautas. Porque essas pautas todas foram entregues para o secretário”, acrescentou.
