Durante o Domingão com Huck de domingo (9), o apresentador Luciano Huck recebeu o príncipe William, que está no Brasil pela primeira vez. No encontro, Huck fez a entrega ao herdeiro do trono britânico de uma foto rara de sua mãe, princesa Diana, tirada em sua visita ao país em 1991. Levando o Príncipe a ficar emocionado.
A fotografia estava num porta-retrato feita em marchetaria , produzido pelo artista cruzeirense Maqueson Pereira, dono da Marchetaria do Acre.
A fotografia mostrava Diana na Fundação Casa, em São Paulo, segurando uma criança soropositiva nos braços, um gesto simbólico que ajudou, na época, a quebrar o estigma em torno do HIV.
Ao ver a imagem, William ficou visivelmente tocado. “De que ano foi isto?”, perguntou ele. “Foi em 1991”, respondeu Huck. Com os olhos marejados, o príncipe respondeu: “Que coisa linda”.
Luciano Huck aproveitou o momento para homenagear o legado de Diana, lembrando sua importância humanitária. O príncipe, emocionado, disse carregar o exemplo da mãe todos os dias: “Carrego comigo o legado social e humanitário dela. Tento usar minha influência para seguir e melhorar o mundo”.

Da floresta para o mundo: Maqueson Pereira e a marchetaria que revela a alma do Acre
No coração da Amazônia, onde o rio Juruá desenha caminhos por entre a mata fechada, um artesão transforma pedaços de madeira em arte que cruza fronteiras. O acreano Maqueson Pereira, fundador da Marchetaria do Acre, é hoje um dos nomes mais respeitados do artesanato brasileiro contemporâneo. Suas obras, criadas com madeiras nativas e reaproveitadas, revelam a riqueza da floresta e a sensibilidade de quem carrega a Amazônia nas mãos e no olhar.
Raízes no seringal
Nascido no seringal Flora, no interior de Porto Walter (AC), Maqueson cresceu cercado pela floresta que mais tarde se tornaria sua principal fonte de inspiração. Filho de seringueiros, aprendeu desde cedo o valor da natureza e do trabalho manual. “A madeira sempre foi parte da minha vida. Aprendi a respeitá-la, a sentir o tempo de cada peça”, conta o artesão.
Ainda jovem, ele deixou o seringal para estudar. Anos mais tarde, teve a oportunidade de se aperfeiçoar na Europa, onde conheceu as técnicas tradicionais da marchetaria — uma arte secular que consiste em criar desenhos e mosaicos com lâminas de madeira. O aprendizado fora do país lhe deu ferramentas, mas foi o retorno às origens que moldou sua identidade artística.
A arte da floresta
Fundada no início dos anos 1990, a Marchetaria do Acre nasceu em Cruzeiro do Sul com uma proposta ousada: unir tradição europeia e cultura amazônica. Em seu ateliê, Maqueson e sua equipe transformam resíduos de madeira nobre em painéis, móveis, bolsas, acessórios e peças decorativas de design sofisticado. Cada criação carrega a textura e a cor da floresta — e um traço inconfundível de brasilidade.
As composições retratam aves, folhas, peixes e formas geométricas inspiradas nos povos da floresta. O resultado é uma estética que combina sustentabilidade e arte, tradição e inovação. “Não é só marchetaria. É uma forma de contar a história do Acre e da Amazônia por meio da madeira”, explica Maqueson.
Reconhecimento internacional
O trabalho do artesão já foi exibido em feiras e mostras internacionais em cidades como Paris, Londres, Nova York e Tóquio, despertando o interesse de colecionadores e marcas de luxo. Suas peças já conquistaram prêmios nacionais, como o Top 100 do Artesanato Brasileiro, concedido pelo Sebrae, que reconhece os melhores mestres artesãos do país.
A visibilidade internacional não afastou Maqueson de suas origens. Pelo contrário: ele faz questão de manter sua base produtiva no Acre, gerando emprego e renda para a comunidade local. Seu ateliê funciona também como escola, capacitando jovens e adultos em técnicas de marchetaria e design sustentável.
Sustentabilidade e identidade
A preocupação ambiental é uma das marcas mais fortes de sua trajetória. As madeiras utilizadas nas peças vêm de manejo florestal certificado ou de reaproveitamento de resíduos, reduzindo o impacto ecológico e valorizando o potencial da economia amazônica.
Para especialistas, o trabalho de Maqueson é um exemplo de como o artesanato pode ser ferramenta de preservação e desenvolvimento sustentável. “Ele prova que é possível gerar valor a partir da floresta em pé, transformando cultura em produto e tradição em inovação”, afirma uma representante do Sebrae Acre.
Um artista da floresta
Mais do que um artesão, Maqueson Pereira é um contador de histórias em madeira. Cada traço, cada encaixe, cada cor revela a relação profunda entre o homem e a natureza. De um pequeno ateliê no interior do Acre, sua arte ganhou o mundo — sem nunca perder o sotaque da floresta.
Conheça o trabalho em Marchetaria
https://www.instagram.com/marchetariadoacre?igsh=eXQ4ZG1tdWQ1MGd1
Com informações da CNN Brasil
