O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) promove nesta sexta-feira (28/11) uma iniciativa para auxiliar famílias do DF que tenham alguém desaparecido e não sabem por onde começar ou quais medidas tomar.
Um dos principais desafios do órgão é desmistificar o prazo para buscar ajuda. O MPDFT reforça que não é preciso esperar 24 horas para registrar o desaparecimento, isso é mito.
A orientação é procurar uma delegacia imediatamente. A Polícia Civil disponibiliza um telefone funcional próprio para contato com familiares, para evitar golpes.
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Quando uma pessoa é encontrada sem identificação em locais como hospitais, acolhimentos sociais, órgãos de saúde ou instituições parceiras, as equipes fazem o cadastro no Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid).
A partir desse registro, é possível cruzar os dados com boletins de ocorrência feitos por familiares, utilizando características físicas, tatuagens, condições locomotoras ou, quando disponível, identificação digital.
Nos casos de falecimento, a identificação pode ser feita pelo Banco Nacional de DNA, que cruza o material genético da família com o coletado no Instituto Médico Legal.
Com base em dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram registrados 1.870 desaparecimentos no DF em 2025, com 1.780 localizações. Cerca de 89 pessoas seguem desaparecidas.
Os homens são o maior grupo entre os desaparecidos, com 60%. Mulheres representam por volta de 30%, crianças 25% e pessoas acima de 60 anos, 8%.
Importância para a população
Uma mulher, que não quis ser identificada, disse que seu tio desapareceu quando ela ainda era bebê. À época, a família, que mora em Valparaíso (GO), não soube o que fazer.
Segundo ela, a ação é muito importante para que as pessoas consigam se informar mais rápido sobre o assunto.
“Com essa divulgação, a pessoa que está passando pela rodoviária vê a divulgação e a informação é transmitida mais rápido”, disse.
A estudante de enfermagem Victoria Martins, de 25 anos, disse que muitos pacientes chegam ao consultório pedindo orientação sobre o que fazer quando se tem uma pessoa desaparecida em casa e que agora ela sabe como orientá-los com as informações corretas.
O MPDFT explica que o DF está em fase final de implementação de uma rede integrada de órgãos, saúde, segurança, assistência social, acolhimento, Defensoria Pública e outros, para que todos recebam automaticamente os registros de desaparecimento e possam atuar de forma conjunta.
A integração completa deve permitir, posteriormente, a utilização do Sinalid como cadastro distrital.
Tem algum familiar desaparecido? Saiba o que fazer
1º passo: Procure a delegacia mais próxima e registre o desaparecimento. Não é necessário esperar 24 horas. Caso não seja possível ir presencialmente, o registro poder ser feito pela internet, clicando aqui.
2º passo: Informe o máximo de detalhes sobre a pessoa desaparecida: nome completo, idade, características físicas, roupas que estava usando, circunstância em que ocorreu o desaparecimento, rede de contatos e fotos recentes.
3º passo: Após registrar a ocorrência, você pode procurar o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID/DF) pelo telefone (61) 3343-6047, e também a Defensoria Pública do DF pelo número 129.
