A Quaest divulgou nesta sexta-feira (21/11) os índices do monitoramento sobre menções à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) nas redes sociais. Entre 10 e 21 de novembro, 35% das publicações no Brasil tiveram tom negativo, 20% positivo e 45% neutro.
O levantamento indicou, ainda, os tópicos mais mencionados em cada um dos contextos:
Motivo das avaliações negativas:
- Hipocrisia da COP30 frente ao uso de combustíveis fósseis;
- Questionamentos sobre gastos públicos e prioridades do governo para sediar o evento em Belém;
- Críticas à infraestrutura, salientadas pelo incêndio ocorrido nessa quinta-feira (20/11).
As menções positivas destacaram:
- Valorização da Amazônia e de Belém;
- Conquista de recursos;
- Acordos diplomáticos;
- Ações para o combate à crise climática.
No caso dos conteúdos netros, o peso maior ficou por conta de postagens informativas referentes à cobertura diária do evento.
Segundo a Quaest, o Brasil concentrou 53% de todas as menções globais sobre a COP30 no período, impulsionado tanto pela abertura e pelos protestos da primeira semana, quanto pelo incêndio dessa quinta, que reorganizou o debate e elevou o volume de críticas.



Blue Zone da COP30, em Belém, durante incêndio
Reprodução/ Redes sociais
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Reprodução/ Redes sociais
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Debate internacional
No cenário internacional, o tom predominante foi neutro, com 53% das menções classificadas como informativas.
O monitoramento aponta que, embora tenham sido registradas críticas semelhantes às observadas no Brasil, o nível de negatividade foi menor: apenas 23% das postagens analisadas tinham avaliação crítica.
Entre os principais pontos de contestação estavam:
- A suposta hipocrisia da COP30 em relação ao uso de combustíveis fósseis;
- A baixa adesão de países ao evento e a ausência de Donald Trump;
- A presença de lobbistas do setor de combustíveis fósseis na conferência climática.
As menções positivas ficaram em 24% e destacavam:
- Ativismo indígena;
- Liderança de Gavin Newson;
- Acordos diplomáticos;
- Ações para o combate à crise climática.
Metodologia, volume de menções e outros dados do monitoramento
A coleta de dados ocorreu de 10 de novembro até as 11h desta sexta (21/11). As menções foram extraídas das principais redes sociais e sites de notícias por meio de API da Quaest, utilizando operadores booleanos e palavras-chave relacionadas ao evento.
As fontes incluem X (Twitter), Instagram, Facebook, Reddit, YouTube, TikTok, Threads, LinkedIn, fóruns, blogs, portais de notícia, Bluesky, QQ, Tumblr e sites de review.
O período registrou recorde de engajamento digital: 1,55 milhão de menções, feitas por 208 mil autores únicos, com média diária de 129 mil publicações e alcance médio de 14,6 milhões de visualizações por hora. O engajamento foi pulverizado entre perfis de diferentes tamanhos.
O monitoramento identifica duas fases distintas no debate. Na primeira semana, a abertura da COP30, os protestos, a tentativa de invasão da Blue Zone e a carta da ONU cobrando melhorias impulsionaram as discussões. Na segunda, o ritmo foi mais estável até o incêndio dessa quinta, que voltou a intensificar o debate e fortaleceu narrativas críticas.




