MAIS

    Quem é o empresário e vencedor de pôquer suspeito de furto milionário

    Por

    O empresário do ramo de agronegócio alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Mato Grosso (PCMT) nesta quarta-feira (26/11) é Leandro Zavodini (foto em destaque).

    Ele é produtor rural e proprietário da Agrícola Maripá, com sede em Lucas do Rio Verde (MT), um dos maiores pólos de produção de soja do país.

    Leia também

    A coluna apurou que o homem também é conhecido nacionalmente no universo do pôquer, tendo ganhado, em novembro do ano passado, o maior prêmio da história do pôquer brasileiro até aquele momento.

    À época, Zavodini venceu o The Legends, torneio de buy-in R$ 250 mil do BSOP Millions, realizado em São Paulo (SP), e embolsou R$ 3,5 milhões.

    2 imagensEle é produtor rural e proprietário da Agrícola Maripá, com sede em Lucas do Rio Verde (MT)Fechar modal.1 de 2

    Entre os alvos estão um engenheiro, um ex-funcionário da concessionária de energia e um empresário do agronegócio

    Reprodução/Mundo Poker2 de 2

    Ele é produtor rural e proprietário da Agrícola Maripá, com sede em Lucas do Rio Verde (MT)

    Reprodução/Web

    Investigado

    Nesta quarta (26), porém, uma ofensiva da Polícia Civil de MT revelou uma outra face do empresário. Investigações indicam que um grupo criminoso ligado a Zavodini estruturou um sistema altamente elaborado para burlar o consumo real de energia de empresas que possuem grande movimentação financeira.

    Batizada de Ignis Justiça, a operação desmantelou o esquema sofisticado de furto de energia, corrupção, estelionato (adulteração do sistema de medidor), fraude processual e corrupção, envolvendo o empresário de Lucas do Rio Verde e empresas ligadas a ele dentro e fora do município.

    Na operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva, contra quatro investigados. Entre os alvos estão um engenheiro, um ex-funcionário da concessionária de energia e um empresário do agronegócio, que atuavam na manipulação profissional dos sistemas.

    3 imagensO homem  é suspeito de estruturar uma rede sofisticada para burlar o consumo de energia de empresas que possuem grande movimentação financeiraNa operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva, contra quatro investigadosFechar modal.1 de 3

    A coluna apurou que o suspeito é Leandro Zavodini

    PCMT/Divulgação2 de 3

    O homem é suspeito de estruturar uma rede sofisticada para burlar o consumo de energia de empresas que possuem grande movimentação financeira

    PCMT/Divulgação3 de 3

    Na operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva, contra quatro investigados

    PCMT/Divulgação

    Prejuízo milionário

    Durante a investigação, foi constatado que o crime foi cometido em continuidade delitiva, ou seja, se estendeu por um período prolongado e não em um único ato isolado. Desta forma, o faturamento que deveria retornar à concessionária e à população estava sendo desviado em benefício privado, alimentando o esquema criminoso.

    Segundo a delegada responsável, Paula Moreira Barbosa, o dinheiro que deveria fortalecer o sistema energético, estava sendo drenado para financiar irregularidades, dentro dessas empresas.

    “Não é um furto simples. Estamos diante de um crime altamente profissionalizado que gera impacto econômico milionário. Agora, com a materialização completa das provas, seguimos para aprofundar a investigação e identificar possíveis ramificações desse esquema”, destacou a delegada.

    Ainda de acordo com a delegada, casos de furto de energia em grande escala vêm sendo investigados em diversos municípios mato-grossenses, a diferença, neste caso, é a sofisticação e o nível técnico da operação criminosa, que utilizava profissionais qualificados e conhecimento interno para sustentar o esquema.

    “É um crime grave, que prejudica a concessionária, a população e gera perdas gigantescas. A Polícia Civil continuará firme no combate a esse tipo de fraude”, finalizou a delegada.

    A operação

    A ofensiva, conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Lucas do Rio Verde, é resultado de uma investigação técnica e minuciosa que já vinha sendo realizada há meses, atingindo diretamente a quadrilha.

    Os mandados foram cumpridos em três unidades do grupo empresarial, sendo uma delas no setor industrial de Lucas do Rio Verde, outra na zona rural, sentido Sorriso, a cerca de 15 km da cidade e a terceira situada no município de Sorriso e nas residências dos investigados.

    Equipes da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da Energisa acompanharam a operação, realizando perícias simultâneas nos pontos suspeitos.

    A fraude, nas empresas do ramo da agroindústria, ocorria há meses e pode ter causado prejuízo de milhões.