O ex-deputado estadual e ex-presidente do PT em São Paulo, Paulo Frateschi (no centro da foto em destaque), morto nesta quinta-feira (6/11) esfaqueado por um de seus filhos, fez parte da fundação do partido e concorreu a cargos eletivos desde o fim da ditadura militar. Nos últimos anos, segundo petistas, Frateschi estava um pouco afastado da política partidária.
Na virada do século, Frateschi era presidente do PT paulista. Entre 1983 e 1987, foi deputado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). No ano seguinte, em 1988, ele foi candidato a vereador na capital paulista. Durante a gestão de Marta Suplicy (2001-2005), na prefeitura de São Paulo, Frateschi foi secretário de Relações Governamentais. Também foi secretário municipal de Relações Governamentais na gestão do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, em 2014.
Paulo Frateschi foi preso e torturado durante a Ditadura Militar em 1969, aos 19 anos, quando era militante da Ação Libertadora Nacional (ALN). Em um relato feito à Agência Pública, ele contou sobre quando foi levado à sala do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos símbolos da tortura no país.
“Fleury xingava, falava palavrões. Repetia ‘porra! Bosta! e cuspia’. Logo pensei: putz, vai começar tudo de novo [tortura]. De repente, ele olhou fixo pra mim e falou: ‘o merda do juiz mandou te soltar. Se alguém te procurar, você vai voltar aqui e me contar!’”, afirmou Frateschi à agência.
Paulo Frateschi foi um dos signatários da fundação do PT, no Colégio Sion, junto a Lula. Participou de caravana com o presidente em 2018, quando Lula era alvo da operação Lava Jato, e chegou a ser atingido por pedradas em Florianópolis (SC).
Ele teve um relacionamento com Beatriz Pardi, que também foi deputada estadual. O filho que esfaqueou Frateschi, porém, é do atual casamento de Paulo com Yolanda Maux Vianna.
Segundo relatos de petistas, a última atuação em campanha política de Frateschi foi durante a campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República, em 2014, quando o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concorreu pelo PT ao governo de São Paulo. Atualmente, Frateschi morava em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro.