O novo discurso do presidente Lula com críticas à megaoperação policial que deixou mais de 100 mortos no Rio de Janeiro surpreendeu integrantes do governo e até parlamentares aliados.
Em entrevista a jornalistas estrangeiros em Belém (PA) nesta terça-feira (4/11), Lula subiu o tom em relação à operação e afirmou que houve uma “matança” na ação policial da capital fluminense.
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Presidente Lula em reunião com empresários na Malásia
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Lula e Trump na Malásia
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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Entrevista Coletiva concedida à Imprensa brasileira e internacional em Kuala Lampur, Malásia
Ricardo Stuckert / PR
O mandatário brasileiro também defendeu que a Polícia Federal (PF) efetue as investigações das mortes da megaoperação da semana passada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
“Nós estamos tentando essa investigação. Nós, inclusive, estamos tentando ver se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação da morte, como é que foi feito, porque tem muito discurso, tem muita coisa. As pessoas foram enterradas sem que houvesse a perícia de outro órgão. Então, nós estamos trabalhando nisso”, afirmou Lula.
A surpresa dos aliados de Lula
A fala do presidente causou supresa entre aliados, que vinham adotando cautela em relação às críticas à ação do governo Cláudio Castro (PL-RJ), por conta das pesquisas de opinião.
Os levantamentos, os internos do Palácio do Planalto, apontaram que a maioria da população, sobretudo a do Rio de Janeiro, apoia a operação policial contra o Comando Vermelho.
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Os parlamentares afirmam que, mesmo durante a instalação da CPI do Crime Organizado no Senado, na manhã desta terça-feira (4/11), evitaram criticar a ação e o governador do Rio.
Integrantes do PT avaliam que o novo discurso do petista pode causar ruído e deve abrir a porteira para que aliados e outros integrantes do governo também critiquem a ação policial.
