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    Rubio e enviado dos EUA atuam em plano final de paz para Ucrânia

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    A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou nesta quinta-feira (20/11) que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, tem trabalhado “nos bastidores” ao lado do enviado especial Steve Witkoff na construção de um plano de paz final entre Rússia e Ucrânia. Segundo Leavitt, os dois mantêm conversas discretas com representantes de Moscou e Kiev há cerca de um mês.

    “Witkoff e Marco Rubio têm trabalhado discretamente em um plano, dialogando igualmente com a Rússia e a Ucrânia para entender a que compromissos esses países estariam dispostos”, afirmou.

    A confirmação ocorre logo após o gabinete de Volodymyr Zelensky anunciar ter recebido do governo norte-americano o esboço de uma nova proposta de paz elaborada pela administração de Donald Trump.

    Segundo Kiev, o documento “poderia revitalizar a diplomacia”, embora inclua exigências consideradas politicamente sensíveis e que retomam concessões rejeitadas anteriormente por ambos os lados.

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    Presidentes Donald Trump (EUA) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia)

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    Concessões territoriais e militares

    O plano prevê que Ucrânia e aliados reconheçam a soberania da Rússia sobre a Crimeia, Donbass e outras áreas atualmente ocupadas por Moscou. Em contrapartida, Kiev receberia garantias de segurança dos EUA e de países europeus, além da criação de uma zona desmilitarizada nas regiões de retirada ucraniana.

    A proposta também exige a redução pela metade do Exército ucraniano, o banimento de tropas estrangeiras no país e limitações severas ao uso de armas de longo alcance. O idioma russo se tornaria oficial, e sanções contra Moscou seriam suspensas gradualmente.

    Segundo reportagens, o plano também congelaria a linha de combate em Kherson e Zaporozhye, com a Rússia devolvendo apenas parte dos territórios ocupados.

    Em Donbass, Kiev teria de ceder toda a região — incluindo cidades importantes atualmente sob controle ucraniano, como Sloviansk e Kramatorsk — para instituir uma zona desmilitarizada.

    Outro ponto controverso é um possível arranjo de “aluguel”, pelo qual Moscou pagaria por administrar o território, enquanto a propriedade legal permaneceria com a Ucrânia.