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    Saiba quem são os presos na operação contra o Banco Master

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    Seis pessoas foram presas durante a Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (18/11), com o objetivo de desmontar um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional, entre elas o Banco de Brasília (BRB).

    A coluna apurou a identidade de cinco dos seis presos. São eles:

    • Daniel Bueno Vorcaro, presidente do Banco Master
    • Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia
    • Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria
    • Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, que consta como um dos sócios do banco
    • Augusto Ferreira Lima, ex-CEO do Master

    Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 12,2 bilhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo.

    A PF ainda apreendeu carros de luxo, obras de arte, relógios de alto padrão e R$ 1,6 milhão em dinheiro vivo durante o cumprimento dos mandados de busca.

    Na casa de Augusto Lima, em São Paulo, os investigadores encontraram pilhas de dinheiro.

    5 imagensAo todo, os policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em cinco unidades da FederaçãoA deflagração da operação ocorre um dia depois de um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, em parceria com o grupo de participações Fictor, anunciar a compra do Banco Master, com aporte inicial de R$ 3 bilhõesOs investigados serão ouvidos pela Polícia Federal e podem responder a processos criminais e sanções administrativas do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)A PF também deve aprofundar a análise sobre a origem dos recursos movimentados e eventuais beneficiários finais das operações fraudulentasFechar modal.1 de 5

    A Operação Compliance Zero tem como alvo um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional, entre elas o Banco de Brasília (BRB), onde policiais fazem buscas

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    Ao todo, os policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em cinco unidades da Federação

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    A deflagração da operação ocorre um dia depois de um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, em parceria com o grupo de participações Fictor, anunciar a compra do Banco Master, com aporte inicial de R$ 3 bilhões

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    Os investigados serão ouvidos pela Polícia Federal e podem responder a processos criminais e sanções administrativas do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

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    A PF também deve aprofundar a análise sobre a origem dos recursos movimentados e eventuais beneficiários finais das operações fraudulentas

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    A descoberta do esquema

    A investigação teve início em 2024, após o Banco Central (BC) identificar irregularidades e acionar o MPF. O esquema, que resultou na prisão de Vorcaro e do banqueiro Augusto Lima, operava a partir da criação de carteiras de crédito insubsistentes.

    De acordo com a PF, o modus operandi consistia na criação de títulos de crédito sem lastro real — papéis que, em tese, representavam dívidas que deveriam ser pagas pelo governo após decisões judiciais e direitos creditórios, mas que, na prática, não tinham existência comprovada ou não eram respaldados por documentação adequada.

    Esses títulos fraudulentos, classificados como “inexistentes” ou “insubsistentes”, eram então vendidos a outras instituições financeiras.

    Quebra de negociação

    A operação também interrompeu, na prática, a negociação anunciada ontem pela Fictor Holding Financeira, que havia comunicado a intenção de comprar o Banco Master ao lado de investidores dos Emirados Árabes Unidos, com a promessa de um aporte inicial de R$ 3 bilhões.

    Além disso, o banco já havia sido alvo de outra investigação envolvendo a tentativa de compra pelo BRB, transação que acabou vetada pelo Banco Central por falta de garantias financeiras.

    Os próximos passos

    A Justiça Federal autorizou o acesso a celulares, computadores e documentos apreendidos, e os investigadores afirmam que novas prisões e bloqueios não estão descartados.

    Os alvos podem responder por gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa e lavagem de dinheiro.