Sandra Regina Ruiz Gomes, conhecida como Sandrão, falou pela primeira vez sobre o crime que a fez ser condenada a prisão. O caso voltou aos holofotes após a Prime Video estrear a série Tremembé, que traz a história de presos famosos no presídio de São Paulo.
Além de afirmar que não teve relação com o assassinato do menino Tallisson, de 14 anos, Sandrão mandou um recado para a família do garoto.



Sandrão e Cabrini
Reprodução/Record
Sandrão e Suzane von Richthofen
Reprodução/Record | Instagram @ullissescampbell
Letícia Rodrigues (Sandrão), Marina Ruy Barbosa (Suzane von Richthofen) e Carol Garcia (Elize Matsunaga) em Tremembé
Divulgação/Prime Vídeo
Sandrão e Suzane von Richthofen
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Letícia Rodrigues como Sandrão na série Tremembé

Letícia Rodrigues vive a personagem Sandrão na série Tremembé
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“Eu não matei ele. Eu fiz a ligação [pedindo dinheiro para a família do menino], eu participei de algo. Eu participei de um crime. Não dei [ordem de matar o menino]. Não fui eu [que dei o tiro]. Nem estava lá. [A dor de ter feito isso] é imensurável. Uma mãe perdeu um filho”, afirmou.
Questionada por Roberto Cabrini, no Domingo Espetacular, se gostaria de dizer algo para a família do jovem, Sandra diz: “Não sei se eles queriam ouvir alguma coisa de mim. A única coisa que me vem é: me desculpa, por participar de algo que deu uma dor tão terrível para vocês.”
O crime cometido por Sandrão
Sandrão era uma mulher pobre que morava na periferia de Mogi das Cruzes (SP). Junto ao namorado da época, Valdir Ferreira Martins, ela decidiu sequestrar um adolescente. A ideia era que os dois usassem o dinheiro do resgate do jovem para conhecer a ilha de Fernando de Noronha e comprar um carro.
Tallisson, de 14 anos, era filho da vizinha e amiga de Sandra, Ana Maria, e foi escolhido como alvo pelos bandidos por que a casa deles era a mais bonita da rua. A casa também guardava dois carros, o que motivou ainda mais o crime.
O jovem foi sequestrado por volta do meio-dia do dia 21 de outubro de 2003 por um comparsa de Sandra, conhecido como Formiga. Eles improvisaram um cativeiro em um imóvel desocupado pela família de Valdir e o jovem foi trancado em uma suíte, para evitar contato com o resto da casa e com os sequestradores.
O sequestro durou por três dias entre idas e vindas na negociação sobre o valor do resgate. A primeira pedida foi de R$ 40 mil e o valor foi descendo conforme os criminosos perceberam que a família não conseguiria pagar. Neste meio tampo, Sandra passava muito tempo no cativeiro e logo depois voltava para a casa dos pais de Tallisson e consolava a amiga. Ela inclusive simulou algumas conversas com os bandidos tentando negociar o valor do resgate.
O valor arrecadado pelas vítimas era foi R$ 4.500: R$ 2.000 foram obtidos por um agiota e outros R$ 2. 500 foram arrecadados com ajudas de vizinhos, iniciativa proposta por Sandra. O pagamento foi deixado numa lata de lixo próximo da estação de trem Braz Cubas, nos cafundós de Mogi das Cruzes onde o grupo conseguiu pegar imediatamente.
No entanto, quando retornaram ao cativeiro, descobriram que Tallisson tinha conseguido fugir da suíte, mas não conseguiu sair da casa e ficou na sala assistindo TV. Ele reconheceu Sandra e o namorado dela, Valdir, de imediato, e então o bando tomou a decisão de matá-lo.
Eles decidiram por levá-lo a um local conhecido como Prainha, mais afastado da cidade. Lá, eles tiraram a vida do jovem com uma arma Rossi calibre 38. Quem atirou foi Formiga, à época com 17 anos. A tentativa era de que ele não pagaria por nada por ser menor de idade.
Investigações
As investigações do caso levaram à polícia aos criminosos por meio de uma quebra de sigilo telefônico. Formiga acabou confessando todo o crime e foi apreendido e punido com medidas socioeducativas, como diz o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Já Sandra e Valdir foram condenados pelo crime: ela a 27 anos de cadeia, que acabou diminuído para 24 por não participar da execução do adolescente, e ele a 30 anos.





