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São Paulo vira a capital da saúde e movimenta R$ 49,7 bilhões por ano

São Paulo vira a capital da saúde e movimenta R$ 49,7 bilhões por ano

São Paulo já é conhecida por ser o motor econômico do Brasil, mas agora a cidade também ganha destaque por outro motivo: tornou-se a capital latino-americana da saúde.

Segundo novo estudo da São Paulo Negócios, o turismo de saúde movimenta R$ 49,7 bilhões por ano, recebendo cerca de 4,2 milhões de visitantes que chegam à cidade em busca de atendimento médico, cirurgias, exames e procedimentos estéticos.

Mais do que um destino de tratamento, São Paulo é hoje um centro global de inovação médica, reunindo tecnologia, pesquisa científica, infraestrutura hospitalar e capital humano de excelência.

Um mercado que cresce

De acordo com o levantamento, São Paulo concentra 27 hospitais com certificação internacional da Joint Commission International (JCI), o selo mais prestigiado de qualidade hospitalar do mundo.

Essa rede de excelência é acompanhada por uma infraestrutura completa de clínicas, laboratórios, centros de diagnóstico e uma cadeia hoteleira preparada para receber pacientes e acompanhantes.

Entre os motivos que levam viajantes a escolher São Paulo, 31% citam a qualidade e a reputação dos serviços, seguidos pela infraestrutura hospitalar (22%) e pela indicação médica (14%). Outros fatores, como preço competitivo e estrutura hoteleira, também aparecem no ranking de decisão.

Além disso, a cidade é palco dos maiores congressos médicos da América Latina, o que reforça o papel como centro de conhecimento e inovação no setor da saúde.

De onde vêm e o que procuram

Entre janeiro e agosto de 2025, 3,6 milhões de pessoas circularam pelas principais regiões hospitalares da cidade. A maioria vem de outros estados brasileiros, mas 264 mil estrangeiros desembarcaram na capital exclusivamente em busca de atendimento.

Os principais países emissores são Estados Unidos (24%), Bolívia (10%), Argentina (8%), Peru (7%) e Colômbia (6%).

Entre os brasileiros, os visitantes mais frequentes são de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná; e costumam permanecer de três a quatro dias na cidade, hospedando-se em regiões próximas aos centros médicos.

Fluxo ilustrativo de turistas de outros países para o Brasil

Os tratamentos mais procurados são os procedimentos estéticos (25%), seguidos por tratamentos cardiovasculares (21%) e oncologia (15%).

Há também crescimento expressivo nas áreas de fertilização assistida, ortopedia, reabilitação e saúde mental, setores que vêm recebendo mais investimentos privados e parcerias com universidades.

Oportunidades de investimento

O turismo de saúde em São Paulo não movimenta apenas hospitais, ele impulsiona toda uma cadeia produtiva.

A análise econômica feita pela São Paulo Negócios, com base na Matriz Insumo-Produto (MIP) da USP, mostrou que o setor gera um faturamento anual estimado em R$ 49,7 bilhões, sendo R$ 145,6 milhões diretamente no setor de saúde privada.

Outros segmentos também colhem benefícios:

Embora o impacto direto seja mais concentrado na saúde privada, o estudo mostra que os efeitos indiretos se espalham gerando emprego, renda e arrecadação tributária.

Esses números reforçam que investir em turismo de saúde é investir em desenvolvimento econômico e social.

Novo conceito de “turismo que cura”

O perfil desse turista também está mudando.

A média de permanência é de 3 a 4 dias na cidade, mas, no caso de pacientes internacionais, o tempo de estadia chega a 22 dias, com gastos que variam entre US$ 3 mil e US$ 15 mil, segundo a Global Health Intelligence (2025).

Esses pacientes buscam desde tratamentos de alta complexidade, como oncologia e cardiologia, até cirurgias estéticas, ortopédicas e reabilitação.

Segundo o estudo, São Paulo se destaca por oferecer tratamentos com padrão internacional a preços até 6 vezes menor do que em países como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, o que aumenta a competitividade global.

Qualidade que atravessa fronteiras

A excelência médica paulistana é resultado de um conjunto de fatores: investimento em tecnologia, centros universitários de ponta, profissionais qualificados e uma rede de hospitais privados de referência internacional.

Instituições como o Hospital Sírio-Libanês, o Albert Einstein e o HCor são citadas como exemplos de excelência clínica, contribuindo para atrair pacientes estrangeiros e consolidar a reputação de São Paulo como destino seguro e competitivo.

Outro diferencial é a integração com o turismo convencional. Muitos visitantes combinam tratamentos médicos com experiências de lazer, gastronomia e cultura, ampliando a permanência média na cidade e fortalecendo a imagem de São Paulo como destino completo.

Destino estratégico para investidores

Com milhões de pacientes viajantes por ano, uma infraestrutura médica de padrão internacional e um ecossistema de negócios dinâmico, São Paulo está posicionada para se consolidar como o grande hub latino-americano de turismo em saúde.

A expansão desse mercado pode atrair novas empresas, fortalecer o setor de serviços, gerar empregos qualificados e transformar a capital paulista em vitrine mundial da medicina brasileira.

São Paulo Negócios

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