Um estudo publicado na Oxford Academic analisou quase mil adultos cisgêneros — heterossexuais, homossexuais e bissexuais — para mapear como diferentes regiões do reto se relacionam com o prazer durante o sexo anal receptivo. E os resultados chamam atenção: 39% dos homens disseram conseguir chegar ao orgasmo exclusivamente com estímulo anal, enquanto entre as mulheres, esse número foi de 19%.
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Embora as mulheres relatem mais prática anal receptiva que os homens, eles demonstraram probabilidade maior de atingir o clímax com esse tipo de estímulo. Segundo os pesquisadores, fatores anatômicos e neurológicos ajudam a explicar essa diferença.
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O mapa do prazer dentro do reto
Um dos pontos centrais do estudo foi identificar quais áreas do reto são mais associadas ao prazer. A região anterior superficial, localizada na parte frontal do reto, foi a mais citada.
Nos homens, ela fica próxima à próstata; nas mulheres, está perto de estruturas sensíveis, como o clitóris e áreas internas da vagina. Já as regiões mais profundas e posteriores raramente foram associadas a sensações prazerosas.
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“Os homens têm uma vantagem anatômica clara”, diz especialista
O ginecologista Cesar Patez explica que, para os homens, o motivo do maior índice de orgasmos é direto: “A próstata fica logo à frente do reto. Qualquer pressão ali estimula o órgão de forma intensa, porque a região é altamente inervada. Por isso muitos homens chegam ao orgasmo com mais facilidade, mesmo que não comentem por causa de tabus.”
Segundo ele, nas mulheres o prazer é mais variável:
“O corpo feminino não tem um órgão equivalente. O prazer depende da soma entre toque adequado, nível de excitação, relaxamento da musculatura e contexto emocional. Quando há tensão ou dor, o corpo bloqueia a resposta prazerosa.”
Para Patez, essa diferença ajuda a explicar por que, apesar de muitas mulheres gostarem, a previsibilidade do orgasmo anal é menor que nos homens.
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Para as mulheres, o prazer anal acontece por vários caminhos
A ginecologista Beatriz Tupinambá reforça que a região anal feminina pode ser muito prazerosa — mas por múltiplos mecanismos, não apenas pelo toque direto:
“O canal anal é riquíssimo em terminações nervosas. Ele responde ao toque, pressão e estiramento, e isso já pode gerar prazer semelhante ao de outras zonas erógenas.”
Além disso, a penetração anal pode estimular estruturas internas da vagina: “A parede vaginal posterior é altamente sensível. A penetração no ânus pode indiretamente estimular essa região e a musculatura do assoalho pélvico, aumentando lubrificação, sensação de preenchimento e até orgasmos vaginais.”
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Ela também lembra o papel das substâncias liberadas pelo corpo durante a excitação: “Dopamina, endorfina e ocitocina aumentam prazer, relaxamento e conexão. Isso potencializa a resposta sexual, independentemente de onde vem o estímulo.”
Para Tupinambá, o contexto emocional é determinante: “Confiança, comunicação e ausência de dor são fundamentais. O prazer anal feminino é uma resposta fisiológica normal — não tem ligação com orientação sexual ou rótulos culturais.”
Tabus ainda atrapalham — especialmente entre os homens
O estudo não investigou diretamente fatores subjetivos, mas aponta que estigma, vergonha e dúvidas podem interferir na experiência anal receptiva. Isso vale tanto para mulheres quanto para homens. Mesmo entre heterossexuais, muitos homens relataram resistência inicial por receio de julgamento.
Como tornar a prática mais prazerosa e segura
Especialistas lembram que, para qualquer pessoa, alguns cuidados fazem toda a diferença:
- Usar camisinha: protege contra ISTs, já que a mucosa anal é mais sensível.
- Investir em lubrificante: essencial porque o ânus não produz lubrificação natural.
- Relaxar: tensão dificulta a penetração e aumenta o desconforto.
- Confiar no parceiro: segurança emocional favorece entrega e comunicação.
- Avançar aos poucos: o corpo precisa de tempo para se adaptar.
