Máscaras faciais, séruns e vídeos de rotina de beleza aos sete anos. A cena, que pode parecer inofensiva nas redes sociais preocupa especialistas. A tendência do skincare infantil — impulsionada por influenciadoras mirins e marcas que miram no público jovem — levanta uma discussão urgente: quando o cuidado com a pele deixe de ser saudável e se torna adultização precoce?
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Para a dermatologista Manoela Fassina Barros, o limite está na simplicidade. “Um skincare saudável para crianças se resume à higiene e à proteção da pele, sem cosméticos de tratamento ou estética”, explica. O básico basta: limpeza suave, hidratação leve e protetor solar. Produtos devem ser infantis, hipoalergênicos e sem fragrâncias.



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A limpeza da pele é essencial para remover impurezas, excesso de oleosidade e maquiagem
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O erro mais frequente é acreditar que quanto mais produtos, melhor o resultado
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Diversos princípios ativos podem ser usados no skincare
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O perigo começa quando o que era brincadeira vira rotina com ácidos, esfoliantes e vitaminas concentradas. “A pele infantil é sensível. O uso de ativos potentes pode causar dermatites, queimaduras químicas e desequilíbrio da barreira cutânea”, alerta Manoela.
A dermatologista Denise Ozores reforça: até os 12 anos, a pele ainda está em formação. “Não há rotina de dez passos, há constância no básico. Sabonete neutro, hidratante adequado e fotoproteção – o resto é marketing.” Segundo ela, o mercado cresce confundindo cuidados com consumo.

A médica chama atenção também para o impacto emocional. “Quando uma menina de sete anos fala sobre rugas, algo está errado. A infância é tempo de espontaneidade, não de autocrítica”, afirma.
Os sinais de alerta vão além da pele: preocupação exagerada com a aparência e ansiedade estética pedem diálogo e acompanhamento. “Ensinar o uso de protetor solar é um ato de amor; criar preocupações inexistentes é plantar insegurança”, resume Denise.
O consenso entre as especialistas é claro: a pele da criança não precisa ser corrigida — precisa ser protegida.



