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SP vai dividir escolas com mais de 1.200 alunos. Entenda o que muda

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SP vai dividir escolas com mais de 1.200 alunos. Entenda o que muda

Escolas da rede estadual de São Paulo com mais de 1.200 alunos serão divididas em duas unidades a partir de 2026. O projeto, do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi comunicado às equipes das escolas há menos de um mês.

A ideia, segundo a Secretaria da Educação, é facilitar o trabalho de gestão dos diretores, que terão um volume menor de alunos para acompanhar. A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Metrópoles.

O projeto ainda depende da publicação de um decreto do governador e deve começar de forma experimental, no próximo ano, com uma leva de escolas. Veja abaixo as principais informações sobre a medida e o que vai mudar nos colégios.

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Alunos usam computador em escola estadual de São Paulo

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Estudantes da rede estadual de São Paulo

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Alunos do 2° ano do ensino fundamental são destaque na avaliação

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Crianças acompanham aula em escola na periferia da zona leste de São Paulo

Jessica Bernardo/Metrópoles

Como será feita a divisão?

Cada escola incluída no projeto será separada em duas, que funcionarão no mesmo prédio. O governo diz que nenhum estudante será transferido de endereço.

Na prática, parte das turmas ficará sob a responsabilidade do diretor atual e outra parte será assumida por um novo diretor.

Subsecretário pedagógico da Educação no estado, Michel Minerbo diz que a divisão dos alunos que ficarão em cada nova unidade seguirá regras diferentes dependendo da estrutura de cada colégio.

“Eu tenho escolas hoje cujo prédio tem dois pavilhões. Então, eu consigo organizar, por exemplo, em dois prédios distintos que estão no mesmo terreno”, explica.

Ele diz que o mais provável, no entanto, é que as escolas sejam divididas por turnos. Com isso, o período da manhã ficará sob a gestão de um diretor, e os turnos de tarde e noite sob a responsabilidade de outro.

“Idealmente, e isso vai ser analisado caso a caso, a gente vai tentar fazer uma especialização por ciclo. Por exemplo, o ensino médio pela manhã e os anos finais [do ensino fundamental] no período da tarde. Mas essa é uma proposta que as escolas vão submeter aqui à secretaria, em conjunto com a diretoria de ensino. A gente vai avaliar e ver aquilo que é o melhor para aquela escola.”

Segundo ele, um colégio poderá ter um número maior de alunos que o outro quando a divisão for feita por causa dessa separação em turnos. Ainda assim, as duas terão menos de 1.200 estudantes cada.

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Quem será responsável pela gestão do prédio?

O Metrópoles questionou ao subsecretário se haveria um terceiro diretor responsável por cuidar da parte administrativa do prédio, mas Michel negou essa possibilidade.

O subsecretário afirmou que o modelo de gestão administrativa ainda não foi definido em detalhes, mas será compartilhado entre os dois diretores que vão trabalhar no espaço.

Uma das possibilidades, diz ele, é a de que um diretor fique responsável pela gestão do patrimônio, e outro seja encarregado de cuidar da alimentação e limpeza, por exemplo.

Qual o objetivo do projeto?

A secretaria diz que o projeto tem como objetivo “reforçar a gestão pedagógica da escola” e melhorar os indicadores de ensino das unidades. A pasta afirma que a ideia é baseada em estudos que mostram que escolas com menor número de alunos têm melhor desempenho.

“Existem vários artigos acadêmicos, e é a nossa percepção até em análises que a gente faz, que escolas maiores e mais complexas têm desafios de resultado maior”, afirma Michel.

Com a divisão de uma escola em duas, a nova unidade criada terá outro nome. A definição de como cada uma será chamada deve ser feita no momento em que o governador publicar o decreto que criará as novas unidades. Ainda não há prazo definido para que isso aconteça.

Quais escolas serão afetadas pelo projeto?

A secretaria argumenta que a média de alunos nas unidades da rede é de 600 estudantes, e que o projeto tem como alvo escolas com o dobro ou mais de alunos.

O governo diz que a medida é um “projeto piloto” e que a adesão das escolas será voluntária nesse momento. Há alguns dias, diretores receberam um comunicado informando que poderiam manifestar interesse em dividir as escolas até essa quarta-feira (12/11).

Até terça-feira (11/11), 110 diretores haviam manifestado interesse em aderir ao projeto. Michel diz que não necessariamente todas as escolas cujos diretores se mostraram favoráveis ao modelo passarão pela mudança já em 2026.

As críticas ao projeto

O prazo curto para debater o projeto com as comunidades é criticado pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), que diz que escolas serão fechadas pelo governo. A secretaria nega a intenção de fechar colégios.

“Mais uma vez, um projeto discutido clandestinamente nos gabinetes da Seduc, que vai impactar a vida de milhares de estudantes, suas famílias, e professores/as é imposto a toque de caixa, sem ouvir aqueles que trabalham e estudam nas escolas”, diz nota divulgada pelo sindicato.

A Apeoesp alega que a medida lembra a reorganização escolar projetada em 2015 pelo então governador – e atual vice-presidente – Geraldo Alckmin (PSB). Na época, a ideia foi rejeitada por estudantes e culminou na ocupação de centenas de escolas em todo o estado.

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