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STF julga núcleo dos “kids pretos”, que queria matar Lula e Moraes

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STF julga núcleo dos “kids pretos”, que queria matar Lula e Moraes

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, nesta terça-feira (11/11), os réus do núcleo 3 da trama golpista, conhecidos como “kid pretos” — expressão usada para designar militares de forças especiais do Exército.

Acompanhe o julgamento:

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo, formado por oito militares e um policial federal, teria participado de ações como monitoramento e planejamento de ataques contra autoridades.

A acusação divide o grupo em três frentes de atuação: planejamento de assassinatos de autoridades, pressão sobre a cúpula das Forças Armadas para aderir ao golpe e propagação de desinformação sobre o sistema eleitoral.

De acordo com a PGR, réus do núcelo 3 elaboraram o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

As investigações apontam que os militares monitoraram autoridades e discutiram estratégias para criar caos social e justificar uma intervenção militar. Eles teriam, ainda, usado os conhecimentos táticos para organizar ações clandestinas e pressionar superiores hierárquicos a aderir ao movimento golpista.

Entre os réus estão oficiais da ativa e da reserva. O grupo é formado por 10 acusados:

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General do Exército Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Foto: Comando Militar da Amazônia/Exército2 de 10

Hélio Ferreira Lima

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Militares foram alvo por contato com o tenente-coronel do Exército Rafael Martins de Oliveira, indiciado pela PF

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“CFG cagou?”, diz coronel sobre comandante do Exército não topar golpe

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O coronel de infantaria Fabrício Moreira de Bastos

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Coronel Marcio Nunes Resende em interrogatório no STF

Reprodução/STF8 de 10

Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini9 de 10

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O policial federal Wladimir Matos Soares, preso preventivamente e alvo de inquérito do golpe no STF

Reprodução

Os crimes

Nove dos 10 réus respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, deterioração do patrimônio público e dano ao patrimônio tombado. Apenas Ronald Ferreira de Araújo Júnior teve a denúncia atenuada para incitação ao crime.

Segundo a PGR, os “kids pretos” formaram uma célula militar clandestina, dividida em missões específicas, que iam desde o planejamento de ataques até a propaganda golpista nas redes. Parte das provas se baseia em mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Julgamento

O julgamento será conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Nesta terça, o Supremo deve ouvir o relatório e as sustentações orais da PGR, que terá duas horas para apresentar as razões pela condenação dos réus, e das defesas, com uma hora para cada.

Os votos dos ministros estão previstos para a próxima semana, em 18 e 19 de novembro. Participam do julgamento, além de Moraes, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino (presidente da Primeira Turma). O ministro Luiz Fux, que deixou o colegiado em outubro, não participará.

Se condenados, os réus poderão receber penas proporcionais à gravidade de sua participação na tentativa de golpe. Se absolvidos, o processo será arquivado.

Nessa segunda-feira (10/11), Moraes determinou medidas para que dois “kids pretos”, Bernardo Romão Correa Neto e Rodrigo Bezerra de Azevedo, possam ir ao julgamento.

O deslocamento dos dois até a Corte foi autorizado “somente entre o local em que está custodiado e o local da sessão de julgamento, mediante escolta policial”, e os réus foram proibidos de concederem qualquer tipo de entrevista.

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