O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu a adoção de prisão perpétua no Brasil e usou a controversa política de segurança adotada pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele, como modelo a ser seguido.
Bukele se tornou uma referência para o discurso da direita bolsonarista brasileira sobre segurança pública. No país caribenho, ele adotou um modelo linha dura no combate a criminosos ao decretar estado de exceção e prender cerca de 80 mil pessoas desde 2022, sob a justificativa de combater facções locais.
“A mudança de legislação é bem-vinda e necessária. E eu defendo algumas mudanças que sejam até radicais. Para que a gente comece a realmente enfrentar o crime com a dureza que merece ser enfrentado. Eu não acho, por exemplo, nenhum absurdo você ter a prisão perpétua no Brasil”, afirmou Tarcísio durante participação em evento da XP Asset Management.
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O modelo autoritário adotado por Bukele é constantemente elogiado por líderes bolsonaristas, que o enxergam como exemplo de “tolerância zero” com o crime”, mas recebe críticas de organismos de direitos humanos. Um dos símbolos da gestão Bukele é o Centro de Confinamento do Terrorismo, uma prisão de segurança máxima com integrantes das conhecidas “gangues” de El Salvador. Parte da instalação não oferece colchão, lençol e os apenados comem com as próprias mãos.
“Acho que a gente tem que aproveitar para repassar aquilo que a gente está fazendo. Mal comparando, vamos ver o que o Bukele fez em El Salvador. O que era e o que é. Agora, se a gente traz segurança para as pessoas, a gente está trazendo também segurança para os investidores”, disse o Tarcísio.
Ao longo de sua fala, o governador de São Paulo reforçou pontos que costuma defender na área de segurança, como endurecimento de penas e o aumento do custo do crime, fazendo críticas à reincidência criminal e à soltura de suspeitos em audiências de custódia.
