A instalação da CPI do Crime Organizado no Senado Federal foi marcada pela vitória do governo quanto ao nome do presidente escolhido e, claro, por um embate direto entre o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o senador Otto Alencar (PSD).
A discussão se deu em torno da politização das CPIs, com o senador Flávio Bolsonaro tentando justificar as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a CPI da COVID-19.
O senador Flávio Bolsonaro, membro da oposição na comissão, iniciou sua intervenção mencionando a CPI da COVID, sugerindo que as tentativas de “inviabilizar” a comissão naquele contexto se deviam ao risco de politização.
O tom do debate se elevou quando o senador Otto Alencar, que atuou na CPI da COVID, rebateu Flávio Bolsonaro.
Alencar lembrou que, durante a comissão anterior, o então Presidente da República tentou pressionar para que ele fosse retirado de sua posição – disse, inclusive, que foi ameaçado.
Em resposta à denúncia de Otto Alencar, o senador Flávio Bolsonaro buscou generalizar a postura, defendendo indiretamente as ações de seu pai com uma pergunta retórica:
“Qual presidente quer uma CPI contra o seu governo instaurado?”
A declaração, feita durante a sessão, sugere que é uma reação natural de qualquer chefe de governo opor-se à abertura de uma investigação parlamentar que possa lhe causar constrangimento.
Tentou a tática bolsonarista de confundir e dominar a narrativa, mas dessa vez, tomou uma invertida – ao vivo.
A CPI do Crime Organizado conta com a participação de membros da oposição, como Flávio Bolsonaro, Magno Malta, Marco Duval e Hamilton Mourão. O colegiado será presidido pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES) e terá como relator o senador Alessandro Vieira (MDB-SE).
Confira:
