A perícia realizada na tornozeleira eletrônica que era usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi finalizada nesta segunda-feira (24/11) e confirmou que o dispositivo apresentava vestígios de tentativa de rompimento.
A coluna apurou que o laudo pericial da Polícia Federal aponta que a tornozeleira apresenta “danos significativos” e sinais claros de tentativa de violação. O documento, elaborado por peritos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF), indica que o dispositivo foi submetido a fonte de calor concentrado.
Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF), na manhã de sábado (22/11), após assumir que danificou o aparelho usando “um ferro quente”. O resultado da perícia corrobora com a versão dada pelo ex-presidente.
Os peritos constataram que a área danificada exibe características compatíveis com a ação direta de um objeto metálico aquecido.
A perícia
O Instituto Nacional de Criminalística da PF, onde o dispositivo foi periciado, é considerado referência na América Latina.
A avaliação foi conduzida por peritos da área de microvestígios e eletrônica, que avaliam se houve violação ou tentativa de romper o dispositivo, além de identificar possíveis ferramentas utilizadas e verificar qualquer dano, alteração ou interferência no funcionamento do equipamento.
A coluna já esteve no laboratório, que fica localizado na capital do país e conta com um aparato sofisticado. A sala é a primeira dedicada a vestígios microscópicos e micrométricos no Brasil.
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Microscópio Eletrônico de Varredura com Detector de Dispersão de Energias de Raio-X (MEV/EDS)
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Microscópio Digital de Alta Resolução
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Sistema Modular para Exame de Evidência de Traços
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Microfluorescência de raios X (Micro-XRF)
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O laboratório é considerado referência na América Latina
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Conheça os equipamentos
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O objetivo é desvendar se houve tentativa de romper o dispositivo
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A previsão é que o resultado seja divulgado nesta segunda (24)
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GDF pagará multa
O governo do Distrito Federal terá de pagar R$ 737,52 pela troca do dispositivo, valor três vezes superior ao custo unitário da tornozeleira, de R$ 245,84, conforme prevê o contrato da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) com a empresa UE Brasil Tecnologia.
A regra é clara, quando um equipamento é danificado, a multa é aplicada automaticamente e, num primeiro momento, quem arca com o prejuízo é o próprio GDF.
Depois, o governo pode cobrar o valor de quem causou o dano, no caso, o ex-presidente. A Seape, porém, informou à coluna que ainda não há definição sobre a cobrança.
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Ex-presidente segue detido na superintendência da PF
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
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Bolsonaro e tornozeleira eletrônica após tentativa de violação
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto e Reprodução/STF
Prisão mantida
No voto que manteve a prisão de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou que a violação foi “dolosa e consciente” e listou os episódios de descumprimento de medidas cautelares desde 2025, afirmando que o comportamento do ex-presidente demonstra “reiterado desrespeito à Justiça”.
Enquanto aguarda o julgamento definitivo, Bolsonaro permanece em uma sala especial na Superintendência da PF, em Brasília, onde recebe visitas de familiares e advogados. A Primeira Turma do STF já formou maioria preliminar pela manutenção da preventiva.
