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Tratamento de canal pode ajudar a reduzir açúcar no sangue, diz estudo

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Tratamento de canal pode ajudar a reduzir açúcar no sangue, diz estudo

Um estudo publicado nessa terça-feira (18/11) no Journal of Translational Medicine sugere que tratar infecções de canal pode trazer benefícios que vão além da saúde bucal.

Pesquisadores do King’s College London e da Universidade de Helsinque, na Finlândia, acompanharam 65 pacientes e observaram melhorias importantes em marcadores de inflamação e nos níveis de açúcar no sangue ao longo de dois anos.

Os microrganismos presentes na boca influenciam o metabolismo e têm relação com maior risco de diabetes e doenças cardíacas. No estudo, três meses após o tratamento de canal, cirúrgico ou não cirúrgico, os exames já apontavam queda nos sinais inflamatórios. Após dois anos, vários marcadores metabólicos, incluindo a glicemia, apresentavam melhorias.

Por que é importante controlar o açúcar no sangue?

A equipe identificou reduções significativas na glicose sérica e em indicadores frequentemente elevados em pessoas com risco cardiovascular. Como o excesso de açúcar no sangue está ligado a complicações cardíacas e neurológicas, os achados chamam atenção por extrapolarem o campo da odontologia.

Como a infecção oral pode influenciar o metabolismo?

Embora o estudo seja observacional e não comprove relação direta de causa e efeito, os pesquisadores acreditam que infecções crônicas dentro ou ao redor dos dentes podem liberar substâncias inflamatórias na corrente sanguínea. Esse processo desencadearia uma reação em cadeia capaz de alterar o metabolismo, influenciando a resistência à insulina e dificultando o controle do açúcar.

“Nossos resultados mostram que o tratamento de canal não apenas melhora a saúde bucal, como também pode ajudar a reduzir o risco de doenças graves como diabetes e doenças cardíacas”, afirma a endodontista Sadia Niazi, do King’s College London, e principal autora da pesquisa, em comunicado.

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As melhorias mais expressivas na glicose surgiram apenas após dois anos e coincidiram com a redução de piruvato, substância envolvida em vias inflamatórias. Apesar do número limitado de metabólitos analisados, os resultados sugerem que o tratamento de canal pode influenciar processos sistêmicos ligados ao metabolismo.

Os autores destacam que estudos maiores são necessários para entender com mais precisão como essas moléculas interagem. Ainda assim, avaliam que os dados reforçam a importância de detectar e tratar infecções orais de forma precoce.

Para Sadia, dentistas e médicos precisam atuar de maneira integrada para monitorar riscos e proteger a saúde geral. Ela afirma que é hora de ampliar a visão sobre o cuidado odontológico e reconhecer que o tratamento de canal pode ter impacto que ultrapassa o dente e se estende ao bem-estar do corpo inteiro.

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