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    Trilogia do incômodo: como Caetano Veloso se reinventou nos anos 2000

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    Quando Caetano Veloso lançou “Cê”, em 2006, o público ainda o via como o mestre dos violões suaves, herdeiro direto de João Gilberto. Aquele Caetano elegante e linear foi temporariamente deixado de lado. No lugar, apareceu um compositor disposto a experimentar guitarras agudas, ruídos e dissonâncias — e a falar com o vocabulário da juventude do início dos anos 2000.

    A chamada “Trilogia Cê” — completada por “Zii e Zie” (2009) e “Abraçaço” (2012) — foi, além de uma virada estética, uma afirmação de vitalidade. Cercado pelos jovens músicos Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado, Caetano mergulhou no rock contemporâneo sem tentar imitá-lo, mas absorvê-lo.

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    Em “Cê”, letras diretas e íntimas desmontam qualquer idealização. “Rocks” traz gírias aprendidas com os filhos. “Você foi mor rata comigo” virou verso pop-cultural antes mesmo de virar refrão. O disco soou como um choque — e era justamente essa a intenção.

    Com “Zii e Zie”, Caetano refinou a mistura. Batizou o estilo de “Transamba”, unindo guitarras a harmonias brasileiras, e escreveu algumas das letras mais afiadas. Já “Abraçaço” fecha o ciclo com melodia, poesia e maturidade — é o disco que equilibra a banda Cê e o Caetano dos violões, criando uma síntese luminosa.

    A trilogia inteira provou que Caetano acompanha o tempo e disputa com ele. Mostra que envelhecer pode ser verbo de invenção, não de acomodação. Essa ousadia — essa recusa em repetir fórmulas — estará presente quando ele subir ao palco do Festival Estilo Brasil no dia 11 de dezembro, em Brasília.

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    O Festival Estilo Brasil é apresentado pelo Banco do Brasil Estilo, com patrocínio do governo federal e dos cartões BB Visa, e realização do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.

    Programação

    Caetano Veloso
    11 de dezembro

    Liniker
    14 de dezembro

    Festival Estilo Brasil

    Local: Ulysses Centro de Convenções
    Ingressos: Bilheteria Digital