O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (14/11), a bordo do Air Force One, que Washington “começará em breve” a realizar testes nucleares, prática abandonada pelo país desde 1992. Segundo o republicano, os EUA “farão testes nucleares como outros países fazem” e precisam “se igualar” a seus rivais estratégicos.
“Eu não quero entrar em detalhes sobre isso, mas faremos testes nucleares assim como outros países”, declarou Trump.
O líder norte-americano ressaltou que os EUA possuem “mais armas nucleares do que qualquer outro país”, afirmando que a Rússia ocupa o “segundo lugar” e que a China, ainda “um distante terceiro”, alcançará Washington “em quatro ou cinco anos”.
Apesar da escalada verbal, Trump disse desejar “avançar para a desnuclearização” e sugeriu um possível acordo entre as três maiores potências atômicas — Estados Unidos, Rússia e China. “Seria a melhor coisa”, afirmou.
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Kremlin havia rejeitado acusações
A declaração acontece em meio a tensões diplomáticas renovadas. No início da semana, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, rejeitou as acusações feitas pelo presidente americano de que Moscou e Pequim teriam retomado testes nucleares. Segundo o chanceler, as alegações “não correspondem à realidade”.
Ele reiterou que Vladimir Putin nnão deu nenhuma ordem para reiniciar testes nucleares e somente solicitou uma avaliação técnica sobre infraestrutura e capacidade, sem violar tratados. Testes com ogivas não nucleares continuam permitidos.
As reações em Moscou se intensificaram após Trump determinar a retomada dos testes pelos Estados Unidos, decisão que violaria o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), do qual Washington é signatário — embora ainda não o tenha ratificado.
O Conselho de Segurança Nacional russo alertou que a medida ameaça a estabilidade estratégica global, enquanto a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) advertiu que novos testes podem enfraquecer a segurança internacional.
