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    Um ano depois, morte de garoto em centro olímpico segue sem conclusão

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    Pouco mais de um ano da morte do adolescente Eduardo Costa Macedo (foto em destaque), o caso segue sem solução, e o sentimento de incerteza paira sobre a família. Dudu, como era carinhosamente chamado, tinha 15 anos quando, em novembro de 2024, sofreu um choque elétrico ao tocar em um poste do Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de Santa Maria (DF). Ninguém foi responsabilizado até o momento.

    Relembre o caso:

    • Na noite de 10 de novembro de 2024, Dudu jogava futebol com amigos no COP de Santa Maria (DF) quando a bola caiu fora do campo.
    • Dudu tentou pular o alambrado para buscar a bola e se segurou num poste para não se desequilibrar. Neste momento, ele tomou o choque.
    • O garoto já caiu desacordado. Os amigos dele acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o levaram ao Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
    • Ele foi transferido para um hospital particular de Taguatinga, mas acabou não resistindo e faleceu em 16 de novembro, seis dias depois do acidente.
    • Em 18 de novembro, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou inquérito para investigar o caso. O caso, porém, ainda não foi concluído.

    10 imagensJovem morreu aos 15 anos, em novembro de 2024Ele foi vítima de um choque elétrico no Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de Santa Maria (DF)Dudu, como carinhosamente é chamado, jogava bola quando sofreu o acidenteGaroto passou seis dias hospitalizado, mas não resistiuMorte dele completou um ano em 16 de novembroFechar modal.1 de 10

    Eduardo Costa Macedo

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    Jovem morreu aos 15 anos, em novembro de 2024

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    Ele foi vítima de um choque elétrico no Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de Santa Maria (DF)

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    Dudu, como carinhosamente é chamado, jogava bola quando sofreu o acidente

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    Garoto passou seis dias hospitalizado, mas não resistiu

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    Morte dele completou um ano em 16 de novembro

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    Um ano após a morte, inquérito policial ainda não foi concluído

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    Hobby de Dudu era jogar bola com os amigos

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    Ele disputava torneios em Santa Maria (DF) e sempre estava no Centro Olímpico

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    “Sentimento é de esquecimento”, lamenta a mãe do garoto

    Arquivo pessoal

    Dudu era o mais novo de três filhos (os irmãos, Lucas e Luís Gustavo, têm 31 e 22 anos, respectivamente). O garoto morava em Santa Maria (DF) com a família, e o hobby dele era jogar bola. Ele não fazia aulas no COP, mas sempre estava por lá à noite e aos fins de semana, horários em que o campo é liberado à comunidade.

    Mãe de Dudu, a assistente administrativa Lene Maria Cavalcante, 47  anos, explica como vem sendo o contato com a PCDF e o Ministério Público do DF (MPDFT), autoridades que atuam nas investigações do acidente. “A Polícia Civil me procurou 15 dias depois que meu filho faleceu, veio à minha casa para me visitar. Depois, PCDF e MP passaram a responder de 90 em 90 dias, sempre prorrogando esse prazo, afirmando que aguardavam receber maiores documentações”, relata ao Metrópoles.

    A Secretaria de Esporte e Lazer do DF (SEL-DF), responsável pelos centros olímpicos da capital, também procurou a família dias após a morte de Eduardo. “Vieram à minha casa acompanhados de servidores da Secretaria de Saúde. Fizeram orações, me incentivaram a correr atrás dos meus direitos. Depois, nunca mais”, lamenta Lene. “A sensação que fica é a de esquecimento e de impunidade”.

    “Já faz um ano e nada da conclusão do inquérito do meu filho. Enquanto isso, o Centro Olímpico funciona como se nada tivesse acontecido. A sensação é que ninguém quer assumir a responsabilidade”, opina a mãe, tomada pela incerteza se alguém vai ser punido pela morte de Eduardo.

    “Fui eu que perdi meu filho, né?! Enquanto isso eles [autoridades e gestores] estão vivendo. Só que eu parei de viver. Eu, meus filhos, minha família… até então, tá tudo no esquecimento”, declara Lene.

    Fato é que as pessoas próximas a Dudu ainda sofrem a perda do garoto. “Ainda sinto muita falta do meu filho, choro todos os dias”, encerra Lene.

    Quadra poliesportiva Eduardo C. Macedo

    O Centro de Ensino Médio (CEM) 404 de Santa Maria, colégio onde Dudu estudava, decidiu homenageá-lo de forma permanente. A quadra poliesportiva da escola agora leva o nome de Eduardo.

    A iniciativa surgiu após o líder comunitário Nathan Rodrigues, amigo de Dudu, procurar o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) solicitando a confecção da placa. “Quando eu procurei a diretora do CEM 404, Michele Galeno, ela gentilmente autorizou a instalação. Em seguida, o DER-DF atendeu ao nosso pedido”, comenta Nathan.

    A placa foi instalada em fevereiro deste ano. “Organizei uma cerimônia de homenagem, com estudantes e familiares, para entregar oficialmente a quadra que agora carrega o nome de Eduardo”, diz o líder comunitário. “Um gesto simbólico, mas feito com muito amor, respeito e compromisso a quem não merecia ter tido o destino que teve”, encerra.

    3 imagensFamiliares se emocionaram com a homenagem, feita em fevereiro deste anoLíder comunitário Nathan Rodrigues, autor do pedido ao DER-DF, ao lado da placaFechar modal.1 de 3

    Quadra poliesportiva do CEM 404 leva o nome de Eduardo

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    Familiares se emocionaram com a homenagem, feita em fevereiro deste ano

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    Líder comunitário Nathan Rodrigues, autor do pedido ao DER-DF, ao lado da placa

    Material cedido ao Metrópoles

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    O que dizem as autoridades

    Em nota, a PCDF afirmou que o inquérito está em fase de conclusão, “aguardando o recebimento de laudo complementar”. Ainda de acordo com a corporação, “todas as pessoas julgadas necessárias à investigação foram ouvidas”. A 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria-DF) é a unidade policial responsável pelo caso.

    O Ministério Público do DF e a Secretaria de Esporte e Lazer do DF não haviam retornado aos contatos da reportagem até a última atualização deste texto.