A megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história do país, completa um mês nesta sexta-feira (28/11). O principal alvo da ação, Edgar Alves Andrade, o Doca, segue foragido. A Polícia Civil mantém as buscas pelo criminoso, apontado como um dos chefes da facção Comando Vermelho, com uma extensa ficha criminal e considerado de alta periculosidade.
O Disque Denúncia do Rio oferece recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à prisão do traficante – o maior valor da história do serviço. Conforme informou ao Metrópoles, a central já recebeu 149 notificações sobre o Doca desde o dia da megaoperação.
O anonimato é garantido e denúncias podem ser feitas pelo telefone (21) 2253-1177, que também funciona como WhatsApp anonimizado.

Quem é Doca
Com 55 anos, natural de Caiçara (PB), Doca chegou ao estado do Rio de Janeiro na década de 1990 e ingressou no tráfico no Morro São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense. Ele é apontado pela polícia como responsável por impor o domínio criminoso na comunidade com extrema violência, através de execuções e intimidação de moradores.
Doca tem 269 anotações criminais, incluindo tráfico de drogas, roubo, extorsão, corrupção de menores e organização criminosa. Ele também é investigado por dezenas de assassinatos. A Justiça já expediu 26 mandados de prisão contra ele.
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Edgar Alves de Andrade, o “Doca”
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Ele é apontado como o atual chefe do CV
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A única vez em que Doca foi capturado ocorreu em 2007, após mais de 11 horas de confronto na Vila Cruzeiro. Solto em 2016, ele voltou ao crime e ganhou espaço dentro da facção, chegando ao controle do Complexo da Penha após a morte de lideranças do Comando Vermelho, em 2020.
Hoje, segundo as investigações, ele está abaixo apenas de Marcinho VP na hierarquia do grupo criminoso.
A operação mais letal da história
A megaoperação realizada em 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão deixou 117 mortos, sendo considerada a ação policial mais letal já registrada no Brasil.
Entre os mortos, 59 tinham mandados pendentes e ao menos 97 possuíam histórico criminal, conforme a Polícia Civil. Outros 17 não tinham anotações, mas 12 deles apresentavam indícios de ligação com o tráfico nas redes sociais.
Cinco agentes, sendo três policiais civis e dois militares, também morreram devido ao confronto.
O balanço da ação aponta ainda 113 presos, 10 adolescentes apreendidos, 118 armas recolhidas – entre elas, 93 fuzis – além de explosivos e toneladas de drogas.
