Em meio à busca por alternativas naturais para lidar com o desequilíbrio emocional, algumas plantas medicinais têm ganhado espaço no cuidado complementar da saúde mental. Segundo a naturóloga Gabriela Chaves, três delas se destacam pelo potencial em aliviar sintomas de depressão leve e moderada, atuando no corpo e na mente de forma integrada.
Leia também
-
Depressão: saiba identificar sinais de que seu filho precisa de ajuda
-
Ketamina e depressão: qual é o limite entre a droga e o tratamento?
-
Psicoterapia altera o cérebro e traz benefícios contra a depressão
-
Cirurgia experimental devolve emoções a homem com depressão. Entenda
A primeira é a erva-de-são-joão, também conhecida como hipérico (Hypericum perforatum L). De acordo com a especialista, a planta age na receptação de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina — substâncias relacionadas ao prazer, bem-estar e energia. “Ela ajuda a equilibrar o humor e ainda melhora a função cognitiva, favorecendo a memória e a concentração”, explica.
Clique aqui para seguir o canal do Metrópoles Vida&Estilo no WhatsApp
Apesar dos benefícios, o uso requer cuidado. Gabriela explica que o hipérico pode interagir com medicamentos antidepressivos, anticoncepcionais e anticoagulantes, e é contraindicado para gestantes, lactantes e crianças menores de seis anos.
Outra aliada, segundo a naturóloga, é a ashwagandha (Withania somnifera), tradicional da medicina ayurvédica. “É uma planta adaptogênica, que ajuda o organismo a lidar melhor com o estresse e regula o cortisol, o hormônio ligado à tensão e à fadiga mental”, afirma. Seus efeitos incluem melhora do sono, aumento da disposição e equilíbrio hormonal. Porém, deve ser usada com cautela por pessoas com disfunções da tireoide e evitada durante a gestação.
A terceira planta apontada pela naturóloga é o açafrão-da-terra (Curcuma longa), conhecido por sua ação anti-inflamatória e antidepressiva. Sua substância ativa, a curcumina, ajuda a modular neurotransmissores como serotonina e dopamina. “Ela contribui para reduzir inflamações e o estresse oxidativo, dois fatores que costumam estar presentes em quadros depressivos”, destaca Gabriela. O consumo, contudo, deve ser moderado em casos de gastrite, cálculos biliares e uso de anticoagulantes.
Atenção: utilize as plantas com orientação adequada
Gabriela reforça que, embora naturais, essas plantas não devem ser usadas de forma indiscriminada. “A fitoterapia é um recurso poderoso, mas precisa ser conduzida com orientação profissional. Só assim é possível garantir segurança, eficácia e um tratamento adequado ao perfil de cada pessoa”, ressalta.
Longe de substituir medicamentos, ela explica, o uso consciente das ervas pode servir como um apoio complementar, um caminho para restaurar o equilíbrio entre corpo e mente, com responsabilidade e acompanhamento especializado.
