Após investigação no Zimbábue e na Tanzânia, pesquisadores descobriram que leões africanos (Panthera leo) emitem mais de um tipo de rugido, além do som potente característico do animal. O novo ruído é como se fosse um rugido intermediário, em tom mais grave e mais curto que o tradicional. O estudo foi publicado na revista científica Ecology and Evolution na última quinta-feira (20/11).
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De acordo com os pesquisadores, a pesquisa revela que o “vocabulário” dos leões é mais complexo do que se imaginava. “O rugido pleno é uma explosão de som. Alto, complexo e com variações de tom. O rugido intermediário difere por ser um som mais plano, com menos variação”, explica o autor principal do estudo, Jonathan Growcott, em entrevista ao portal Live Science.
Além de apontar a complexidade da fala leonina, Growcott diz que a descoberta também pode auxiliar especialistas a estimar o tamanho das populações de leões africanos com uma precisão maior. Isso porque estudos anteriores revelam o rugido como uma assinatura única e individual dos animais, mostrando informações sobre idade e sexo, por exemplo.
Para identificar o novo som, foram instalados 50 microfones no Parque Nacional de Nyerere, na Tanzânia, além de utilizar sensores acústicos em coleiras de cinco leões moradores da área de conservação do Vale de Bubye, no Zimbábue. Ao todo, mais de 3 mil vocalizações de leões africanos foram captadas.
Com ajuda da inteligência artificial (IA), os pesquisadores perceberam a presença do rugido intermediário. O sistema auxiliou a identificar o som em meio a outros ruídos do rei da selva, incluindo grunhidos, rosnados, bufos, gemidos e miados.
“Este novo método, que comprova a existência de rugidos intermediários e sua diferença em relação ao rugido pleno, é um primeiro passo importante para garantir a consistência na seleção de rugidos plenos”, exalta Growcott.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), os leões africanos são uma espécie vulnerável à extinção, restando apenas cerca de 23 mil exemplares na natureza. Por isso, o estudo é importante para o futuro do animal. “O uso de dados que preveem rugidos poderá informar melhor as necessidades urgentes de conservação”, finaliza Growcott.
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