Se você nunca passou por isso, considere-se uma das poucas pessoas sortudas que não vivenciaram o que está se tornando rapidamente a forma mais comum de terminar um relacionamento amoroso. O ghosting é a prática de se recusar a responder mensagens de texto ou ligações telefônicas de alguém com quem você está saindo ou em um relacionamento, como forma de terminar essa conexão.
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Que o ghosting tem um impacto negativo, muitas pessoas já sabem, mas, recentemente, vídeos de influenciadores, como Bia Nogueira viralizaram ao se dizerem “a favor do ghosting”. Na internet, muitos reagiram discordando ou com raiva, outros concordaram.
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A psicóloga especialista em relacionamentos Bruna Dandara explica que o ghosting é quando uma pessoa interrompe de forma abrupta e sem explicação o contato em uma relação. “Ela simplesmente desaparece, para de responder mensagens, não retorna ligações e não comunica que deseja encerrar o vínculo.”
“Sempre que nos relacionamos com alguém, criamos expectativas, estabelecemos uma troca afetiva e buscamos algum sentido naquela interação. Quando o outro desaparece sem explicação, isso pode ativar sentimentos de rejeição, abandono e até questionamentos sobre valor pessoal, como ‘O que eu fiz?’, ‘Por que não fui suficiente?’”, destaca.
Bruna ainda aponta que a pessoa que passa por ghosting pode entrar em um ciclo de ruminação, que mantém vivo o sofrimento. “Além disso, pode ter impactos na forma como ela se relaciona depois, criando medo de confiar novamente ou esperando ser descartada a qualquer momento.”
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Um estudo publicado no periódico Psychology of Consciousness: Theory, Research, and Practice, sugere que o ghosting pode diminuir a autoestima, criar sentimentos de isolamento e até mesmo desencadear sintomas de trauma.
A falta de encerramento associada ao ghosting pode levar à ruminação e à dúvida, à medida que os indivíduos lutam para entender por que o relacionamento terminou.
Por isso, a psicóloga salienta que a comunicação aberta e honesta geralmente é a melhor maneira de resolver problemas ou terminar uma relação. No entanto, existem certas circunstâncias em que certo grau de “desaparecimento” pode ser compreensível ou até mesmo apropriado.
“No caso de muitas pessoas estarem tendo essa visão de que é o jeito mais fácil, é porque seguindo a lógica, se não há um diálogo, justificativa, do porque está encerrando aquela relação, então não há conflitos, e se não tem conflitos aparentemente é mais simples de lidar, até mesmo em situações de caso haja interesse de mais na frente retomar o contato pois não deixou um ‘clima ruim’” comenta.