A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na tarde dessa quinta-feira (13/11), Alessandro da Silva Cristiano, conhecido como “Boca”, um agiota que atuava com extrema violência e vinha aterrorizando moradores de diversas regiões do Rio.
A captura foi realizada por agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), após meses de investigação.
Segundo a Polícia Civil, “Boca” oferecia empréstimos a juros abusivos e, nas cobranças, utilizava ameaças de morte e violência psicológica para obrigar os devedores a pagar valores cada vez maiores. A atuação dele atingia centenas de pessoas, que se viam presas a dívidas intermináveis.
Juros de 30% ao mês
Uma das vítimas relatou que pegou um empréstimo de R$ 10 mil e passou a ser cobrada com juros de 30% ao mês, valor muito acima do permitido pela legislação.
Mesmo após pagar R$ 12 mil em seis meses, a vítima continuou sendo cobrada. O agiota dizia que ela ainda devia R$ 20 mil, e que só seria “liberada” quando quitasse o montante.
Os pagamentos eram exigidos em dinheiro vivo ou por meio de máquinas de cartão que o próprio agiota fornecia. Em mensagens enviadas às vítimas, “Boca” fazia ameaças diretas de morte caso os valores não fossem pagos imediatamente.
PCERJ
PCERJ
PCERJ
PCERJ/Reprodução
O modus operandi não era isolado. Outras vítimas identificadas pela Draco relataram o mesmo esquema: empréstimos rápidos, juros abusivos, cobranças violentas e dívidas que nunca se encerravam.
Mandados judiciais e prisão
Diante da gravidade das denúncias, a Draco representou junto ao Judiciário pela expedição de mandados de busca, apreensão e prisão preventiva contra Alessandro. As ordens foram deferidas pela 1ª Vara Criminal da Comarca Regional de Madureira.
Na quinta-feira, os agentes localizaram o agiota em sua residência, em Cordovil, Zona Norte do Rio. Além de prendê-lo, os policiais apreenderam documentos com anotações de dívidas das vítimas, dinheiro em espécie, celulares usados no esquema, máquina de cartão e registros de áudio com ameaças explícitas.
Alessandro já possuía cinco anotações criminais, incluindo ameaças, extorsão e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Segundo a Polícia Civil, sua prisão representa um forte golpe contra um esquema de agiotagem que explorava pessoas em situação de vulnerabilidade.
